terça-feira, 19 de março de 2013

Novelas e a influência na mentalidade brasileira - Parte II

Nova agressão moral já está para sair

E, para este ano de 2013, a nova novela do horário nobre, com previsão para estrear no fim do semestre, irá falar sobre a história de dois homens que vivem como um “casal” e que tem uma filha, num triângulo amoroso em que um deles se apaixona por uma mulher, segundo a imprensa diária. Walcyr Carrasco, o autor dessa novela, estaria buscando explorar o tema da bissexualidade que é pouco tratado em novelas. (Como se fosse um comportamento moral exemplar e fundamental e não mais uma conduta imoral. Para ele deve essa conduta ser absolvida pelo povo, do mesmo modo como fizeram com a fertilidade, o divórcio, o homossexualismo, a poligamia…)

Essa constatação é reconhecida também por líderes do movimento LGBT, como salientou o próprio deputado federal Jean Williams: Nós entendemos que a telenovela faz parte das práticas de significação e dos sistemas simbólicos por meio dos quais os sentidos são produzidos e os sujeitos são posicionados, ou melhor, entendemos que a telenovela é representação, e como toda representação, ela não apenas reproduz a realidade, mas também a produz, isto é, desencadeia (re)ações entre os telespectadores. Por isso, não a descartamos.”

É interessante, contudo, notar que as novelas exploram características fundamentais da sensibilidade humana, apelam para aspectos nos quais os homens se envolvem naturalmente, tais como: justiça, amor e liberdade.

Assim, é muito mais fácil conquistar o interesse e a curiosidade do telespectador com as tramas. Entretanto, os autores sabem direitinho como perverter esses valores humanos, transformando-os em justificativas para legitimar o liberalismo (i)moral que reaparece em todos os personagens principais: “o importante é ser feliz e ninguém pode julgar os seus atos”. Desde que o personagem não maltrate os outros, nem os animais e nem ligue para bens materiais, pode fazer tudo que quiser.

Daí, consequentemente, a personagem que influencia milhares de pessoas pode passar por cima de si mesmo, de sua integridade, daquilo que seus pais lhe ensinaram, e da sua própria consciência do que é certo ou errado. Trocando em miúdos: a perversão total da ideia de família.

E, é claro, aqueles que buscam defender os verdadeiros valores e princípios morais e éticos, são os vilões hipócritas e frustados que reportam aos outros sua infelicidade (tenho certeza que até aqui o leitor já pode identificar dezenas de personagens das novelas que se lembra ao longo de sua vida).

Quer um exemplo? Quais personagens que se posicionaram contra a união homossexual foram mocinhos nas tramas? Nenhum. São sempre os vilões preconceituosos que não admitem a felicidade alheia ou pessoas desinformadas que, aos poucos, são conquistadas pelas personagens e passam a aceitar a história de “amor” e “superação” do “casal”. Sempre a mesma coisa…

Ao mesmo tempo, o padre babão e interesseiro, o seminarista homossexual que tem medo de se assumir, a beata fofoqueira e a religiosa pervertida que são constantemente retratados, sempre ridicularizados, são meramente o “retrato da sociedade” e não há nada de preconceituoso, claro que não!

"Mulheres apaixonadas", 2003, Estela seduzia Padre Pedro e no fim da trama os dois ficaram juntos.

Quem são, na realidade, os preconceituosos?

Neste caso, nenhum autor muito atento às minorias, aos direitos e às liberdades humanas está preocupado, não é? Seria interessante saber se esses autores que tanto falam sobre religiosos conhecem, de verdade, as obras de religiosos, os trabalhos de comunidades inteiras e a vida de devoção de milhares de pessoas…
Em relação a esses insultos à religião, principalmente ao cristianismo, aponta, sutilmente, Chong: “Há, de forma recorrente, a crítica à religião, ao machismo e ao consumo de luxo e a ideia de que a riqueza e o poder não trazem felicidade. A família está no centro dessas transformações.”

Se fosse recorrente uma crítica ao homossexualismo, ao ateísmo e ao desarmamento, com certeza, todos estariam muito preocupados com os direitos humanos e cobririam as novelas de críticas.

Personagens Católicas que apareciam como frustadas e hipócritas. "Gabriela" - 2012.

Vale lembrar, contudo, que o autor da próxima trama das 21h que abordará o tema da bissexualidade, se declara católico. Foi ele quem escreveu “A Padroeira”, em 2001, mas também “Alma Gêmea” em que a história principal se baseava em torno do espiritismo. Não hesita em colocar padres corruptos em suas tramas nem em tratar de questões que vão diretamente contra a Igreja Católica.

A subversão

Os autores se servem de realidades particulares e cotidianas para sensibilizar o público e depois, quando veem boa aceitação das histórias, direcionam as ações das personagens para o que querem que seja aceito, seja bem visto, polemizado e comentado pelo público geral. Foi exatamente assim, por exemplo, que se deu a divulgação maciça da ideia de “homofobia” aberta e direta entre a população, como reconheceu o deputado Jean Williams:

“No que diz respeito à representação de homossexuais mais próxima da realidade dos fatos e a serviços prestados à cidadania LGBT, Insensato coração é a melhor novela já exibida pela Globo. Foi ela que sustentou, na esfera pública, a denúncia dos crimes de ódio contra homossexuais.”

Rodrigo e Hugo, em "Insensato Coração", eram um "casal" e se tornaram ícones da causa homossexual, aparecendo, inclusive, no comercial do "Disque Direitos Humanos" do Governo Federal, na rede Globo.

E assim, há mais de 40 anos, os autores das novelas conseguem criar novas tendências, divulgar outras já existentes e moldar a moralidade, a opinião e o comportamento de milhões de brasileiros, diariamente.E claro, quanto aos telespectadores, quando perguntados sobre as influências das novelas em suas vidas, geralmente consideram que não seguem novelas e não dão importância ao que elas tratam, que sabem que é ficção. Mas, enquanto isso, reproduzem fielmente tendências e ideias divulgadas pelas histórias atuais, sistematicamente.

"O Clone", 2001, de Glória Perez bateu recordes de audiência e insinuava o antagonismo entre ciência e religião.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com a novela “O Clone”, de Glória Perez, que estreou em 2001 e abordava uma história de amor entre uma mulçumana e um brasileiro. O protagonista, Lucas, foi alvo de um experimentou científico que deu certo e foi clonado. O debate principal da trama era em torno da ciência e da religião e do relativismo cultural, que não coincidentemente, ganhou impulso no início do século XXI.

A novela teve grande repercussão, sendo exibida em outros países, e a cultura oriental amplamente difundida no Brasil.

Trata-se, pois, de mais um elemento fundamental na revolução cultural que se estabeleceu em todo o mundo, que devagar e constantemente, entra no seio de cada família e destrói por dentro aquilo que deveria ser a principal defesa de um verdadeiro cidadão de bem.

Se você não quer que sua família seja diretamente agredida, se você não aceita que os interesses de um grupo que não representa a família brasileira sejam continuadamente repetidos e aceitos passivamente por pessoas que zelam pelos verdadeiros valores familiares, você não pode se prestar a este papel.

Por mais que a situação seja grave e que a manipulação de tendências morais seja cada vez maior por meio de novelas, ainda há tempo de manifestarmos nossa total resistência a essa nova trama da Globo, que tem previsão para estrear no final de maio.

Fonte: http://ipco.org.br/home/noticias/novelas-a-educacao-de-sua-familia-feita-por-uma-rede-de-televisao?origem=100

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