sábado, 28 de maio de 2011

A clonagem humana é utilitarista e antinatural

Entrevista com membro do novo conselho diretivo da Academia para a Vida

MADRI, domingo, 25 de julho de 2010 (ZENIT.org) – No dia 22 de junho, o Papa renovou o conselho diretivo da Academia Pontifícia para a Vida, nomeando quatro membros: o bispo auxiliar de Santiago do Chile, Dom Fernando Natalio Comalí Garib, e os professores Mounir Abdel Messih Shehata Farag (Egito), John Hass (Estados Unidos) e Mónica López Barahona (Espanha).

O conselho diretivo da Academia Pontifícia para a Vida é renovado a cada cinco anos, e o Papa e o presidente da Academia delegam a ele determinadas questões.

ZENIT entrevistou um dos novos membros, a espanhola Mónica López Barahona, professora de Oncologia molecular e Bioética na Universidade Francisco de Victoria e diretora geral da acadêmica do Centro de Estudos Biosanitários e da Cátedra de Bioética Jérôme Lejeune.

Na entrevista, a doutora, membro da Academia Pontifícia para a Vida desde 2006, oferece as razões pelas quais a ciência explica que a vida humana começa a partir da fecundação e destaca os principais avanços e ameaças atuais a respeito da vida humana.

ZENIT: Em sua opinião, quais são os principais avanços alcançados na defesa da vida humana?

Mónica López Barahona: A verdade é que são muitos. Eu talvez destacaria que hoje em dia a ciência fornece, a partir de diferentes áreas de conhecimento (Biologia Celular, Genética Molecular, Embrionária), dados inequívocos sobre a existência da vida humana a partir do momento em que o espermatozoide fecunda o óvulo.

Sabemos também que desde a primeira divisão celular há um compromisso de diferenciação em cada um dos blastômeros que permite diferenciar um do outro.

Foram definidos com parâmetros biomédicos a morte e foi constatado que as células-tronco embrionárias não são uma alternativa terapêutica.

São somente alguns dos grandes marcos dos quais a última década foi testemunho.

ZENIT: Pode ser demonstrado cientificamente que a vida humana começa com a fecundação?

Mónica López Barahona: Sim. A biologia celular define a célula como unidade de vida, e pela genética molecular sabemos que existem no genoma humano ao menos 7 mil sequências ALU específicas da espécie humana.

Portanto, diante de um zigoto humano ou embrião unicelular, pelo fato de ser uma célula, nós nos encontramos frente a uma unidade de vida e por possuir em seu genoma estas sequências ALU, trata-se de vida humana.

Esta afirmação correta para o zigoto, seria também certa para outro tipo celular. Agora, o zigoto é a única célula que contém em si (de modo em que possa conter um organismo unicelular) todas e cada uma das estruturas que configuram o indivíduo da espécie humana.

De fato, se permitir seu desenvolvimento, durante as 42 semanas que dura a gestão na espécie humana, estas estruturas irão se manifestar em tempo e forma.

Isso só ocorre com o zigoto, já que somente ele é um indivíduo da espécie humana em estado unicelular.

Se for transferido ao útero de uma mulher, uma célula epitelial ou renal, as estruturas não iriam se manifestar em tempo e forma que configuram o indivíduo da espécie humana, apesar de que tal célula epitelial ou renal contém o mesmo genoma que contém o zigoto do qual surgiu.

ZENIT: Em que momento ou com quais critérios se considera hoje que a vida humana chega ao seu fim?

Mónica López Barhona: O critério aceito cientificamente para considerar que a vida chegou ao fim é critério da morte cerebral.

ZENIT: Quais esperanças podemos ter nas células-tronco adultas e nas células-tronco embrionárias?

Mónica López Barahona: Na data de hoje, julho de 2010, existem mais de 2.900 ensaios clínicos com células-tronco adultas e nenhuma com células-tronco embrionárias.

Estes dados contidos no site www.clinicaltrials.gov manifesta que as células tronco embrionárias não são uma alternativa terapêutica para as patologia; as adultas são.

Além disso, deve-se sempre ser levado em consideração que a obtenção das células-tronco embrionárias leva à morte do embrião, enquanto a obtenção de células-tronco adultas não causa morte direta de forma alguma.

ZENIT: Deveriam pedir às mães para guardar seu cordão umbilical?

Mónica López Barahona: O cordão umbilical é um material biológico que tem um verdadeiro presente terapêutico e um futuro cheio de possibilidades, um material biológico que não deveria ser descartado.

ZENIT: Quais são as principais ameaças e atentados contra a vida humana na atualidade?

Mónica Lopez Barahona: O aborto, a fecundação in vitro, a utilização de embriões para pesquisa, o diagnóstico pré-natal e pré-implante e a eutanásia.

ZENIT: Quais soluções poderiam ser oferecidas ao problema dos milhares de embriões congelados?

Mónica López Barahona: Só há duas alternativas que respeitam a vida do embrião; ambas entram em âmbito de mal menor, pois houve uma desordem moral prévia que levou a congelar uma vida humana.

As únicas alternativas compatíveis a respeito da vida do embrião são: mantendo-os congelados por tempo indefinido até que eventualmente morram de “morte natural”; ou descongelá-los para transferi-los aos úteros de mulheres que desejam engravidar, alternativa que pode ser chamada de “adoção pré-natal”.

Esta segunda opção entende a vida como bem primário e busca seu desenvolvimento; para colocá-la em prática é necessário abordar muitas questões relacionadas e garantir que se ofereça como solução ao problema já apresentado, com a garantia de que no futuro não sejam gerados mais embriões para congelar.

ZENIT: Existem números concretos de quantos embriões congelados pode haver neste momento no mundo?

Mónica López Barahona: Os números não são rigorosos, nem em nível mundial, nem em cada país. Por exemplo, na Espanha não sabemos quantos embriões congelados existem.

ZENIT: Cada vez mais é facilitado o acesso à pílula abortiva. Que consequências têm sua utilização no organismo da mulher?

Mónica López Barahona: Pode ter consequências muito graves, pois está sendo oferecida como um método anticoncepcional a mais, e a pílula abortiva não é só anticoncepcional, já que se a concepção já foi produzida; provoca o aborto do embrião.

Trata-se de expor a mulher a uma administração não-fisiológica de hormônios e a potenciais hemorragias incontroláveis e nem sempre no contexto de um hospital ou centro de saúde. Ambas as coisas supõem um risco para a mulher e causam morte do embrião.

ZENIT: É possível fazer clonagem humana hoje? Que problemas existem?

Mónica López Barahona: A clonagem humana levanta vários problemas éticos: a geração de uma vida humana in vitro, geração da mesma sem contribuição do espermatozóide, seleção do genoma de um indivíduo humano no caso da denominada “clonagem terapêutica” para que este seja compatível com outro doente e o impedimento da recombinação genética natural em um processo de fecundação com intervenção dos gametas no caso da denominada “clonagem reprodutiva”.

Enfim, é uma prática utilitarista e antinatural.

Até hoje não há dados publicados sobre a clonagem humana reprodutiva e sim tentativas de clonagem humana “terapêutica”, nas quais o embrião gerado não foi desenvolvido ou não foi permitido seu desenvolvimento até fases avançadas do desenvolvimento embrionário.

ZENIT: Que significado tem sua nomeação na Academia Pontifícia para a Vida?

Mónica López Barahona: A academia tem um conselho diretivo que se renova a cada cinco anos, no qual o presidente e o Santo Padre delegam as questões que consideram adequadas. Espero poder ser um instrumento fiel ao serviço da Igreja por meio deste Conselho Diretivo da Academia da Vida. A tarefa está dividida por outros quatro membros escolhidos, todos eles pessoas de grande dimensão humana, intelectual e científica.

ZENIT: Como se dá, na prática, a assessoria dos especialistas à Santa Sé?

Mónica López Barahona: Na Academia Pontifícia para a Vida, normalmente se constituem grupos multidisciplinares de trabalho para estudar temas concretos vinculados a diferentes áreas da Bioética. O presidente convoca os que considera adequados para participar nos mesmos.

ZENIT: Como recebeu a nomeação?

Mónica López Barahona: Surpreendeu-me muito, muitíssimo mesmo. Após a recepção da nomeação, surgiu em mim uma profunda gratidão ao Santo Padre e ao presidente da Academia pela confiança que colocaram em mim. Pensei na certeza da disponibilidade que nós leigos devemos ter ao serviço da Igreja e... rezei, rezei e continuo rezando. Peço ao Senhor que me ajude a ser um instrumento fiel a sua vontade neste conselho diretivo.

Autor: Patrícia Navas
Fonte: http://www.zenit.org/article-25613?l=portuguese

Quem reza nunca está sozinho

Discurso ao introduzir o Angelus com os peregrinos em Castel Gandolfo

CIDADE DO VATICANO, domingo, 25 de julho de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos as palavras que o Papa dirigiu neste domingo ao meio dia, do balcão do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, ao introduzir a oração do Angelus junto dos fiéis e peregrinos presentes.

Caros irmãos e irmãs!

O Evangelho deste domingo apresente Jesus recolhido em oração, um pouco separado dos seus discípulos. Quando ele termina, um dos discípulos diz: “Senhor, ensina-nos a rezar” (Lc 11, 1). Jesus não faz objeção, não fala de fórmulas estranhas ou esotéricas, mas com muita simplicidade diz: “Quando orardes, dizei: Pai...’”, e ensina o Pai Nosso (cfr Lc 11, 2-4), trazendo-o da sua própria oração, com que se dirigia a Deus, seu Pai. São Lucas apresenta o Pai Nosso em uma forma mais breve que a do Evangelho de São Mateus, que entrou em uso comum. Estamos defronte às primeiras palavras da Sagrada Escritura que aprendemos desde crianças. Elas se imprimem na memória, moldam nossa vida, acompanham até o último suspiro. Elas nos revelam que nós não somos filhos de Deus de maneira já completa, mas que devemos nos tornar seus filhos e sê-lo sempre mais mediante uma comunhão mais profunda com Jesus. Ser filhos se torna o equivalente a seguir Cristo” (Bento XVI, Gesù di Nazaret, Milão 2007, p. 168).

Esta oração também acolhe e exprime as necessidades humanas materiais e espirituais: “dá-nos, a cada dia, o pão cotidiano, e perdoa-nos os nossos pecados” (Lc 11, 3-4). E precisamente pelas necessidades e dificuldades de cada dia, Jesus exorta com vigor: “portanto, eu vos digo: pedi e vos será dado; procurai e encontrareis; batei e a porta vos será aberta. Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate, a porta será aberta” (Lc 11,9-10). Não é um pedido para satisfazer os próprios desejos, mas sim para manter viva a amizade com Deus, que – diz sempre o Evangelho – dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem” (Lc 11,13). Experimentaram-no os antigos “padres do deserto” e os contemplativos de todos os tempos, tornando-se, com motivo da oração, amigos de Deus, como Abraão, que implorou ao Senhor que salvasse os poucos justos do extermínio da cidade de Sodoma (cfr Gen 18, 23-32). Santa Teresa d’Ávila convidava suas irmãs de comunidade, dizendo: Devemos suplicar a Deus que nos livre de todo perigo e sempre tire todo o mal. E o quão imperfeito seja o nosso desejo, esforcemo-nos em insistir nesse pedido. Que custa tanto pedir, se nos voltamos para o Todo-Poderoso?” (Cammino, 60 (34), 4, in Opere complete, Milão 1998, p. 846). Sempre que rezamos o Pai Nosso, a nossa voz se une à da Igreja, porque quem reza nunca está sozinho. “Cada fiel deverá buscar e encontrará na oração cristã o próprio caminho, o próprio modo de rezar, e se deixará conduzir pelo Espírito Santo, que o levará, por meio de Cristo, ao Pai” (Congregação para a Doutrina da Fé, Alcuni aspetti della meditazione cristiana, 15 de outubro 1989, 29: AAS82 [1990], 378).

Hoje se celebra a festa do apóstolo São Tiago o Maior, que deixou o pai e o trabalho de pescador para seguir Jesus, sendo o primeiro dos apóstolos a dar a vida por Ele. De coração dirijo um pensamento especial aos peregrinos presentes em Santiago de Compostela! Que a Virgem Maria nos ajude a redescobrir a beleza e a profundidade da oração cristã.

Após rezar o Angelus, o Papa saudou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:

Saúdo também os peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo de brasileiros vindos da diocese de Blumenau. Agradecido pela amizade e orações, sobre todos invoco os dons do Espírito Santo para serem verdadeiras testemunhas de Cristo no meio das respectivas famílias e comunidades que de coração abençoo.

Autor: Papa Bento XVI
Fonte: http://www.zenit.org/article-25610?l=portuguese

Eutanásia: legalização sim ou não? Onde se legalizou como está? Veja!

ROMA, domingo, 25 de julho de 2010 (ZENIT.org) - Em muitos países se continua debatendo sobre o tema do suicídio assistido, com vitórias e derrotas para ambas partes.

No Reino Unido, a Sociedade real Britânica de medicina convocou recentemente uma conferência para ouvir os pontos de vista opostos sobre o tema, informava no dia 5 de julho LifeNews. A votação ocorrida no final do evento mostrou uma grande maioria contra a moção de apoiar o suicídio assistido.

No lado negativo, no dia 25 de junho, o Tribunal de Justiça Federal da Alemanha declarou que o suicídio assistido é legal em certas circunstâncias, segundo o Deutsche Welle.

A decisão se referia a um caso no qual a filha de uma paciente doente terminal em estado de coma havia cortado o tubo de alimentação da mãe.

Antes de entrar em coma, Erika Kuellmer disse à filha que não queria que a mantivessem viva se viesse a ficar em coma. Pouco depois de que isso ocorreu, a filha consultou um advogado, Wofgang Putz, que a aconselhou como proceder. Ela cortou o tubo, que foi recolocado pelo hospital. Sua mãe morreu duas semanas depois.

No ano pasado, Putz foi condenado por homicídio frustrado por seu papel no caso, mas agora foi absolvido com esta última sentença. O Tribunal Federal declarou que, se um paciente manifesta de modo explícito que não quer tratamentos que usem tubo de alimentação para mantê-lo vivo, permite-se então dar fim ao tratamento. O suicídio assistido é ilegal na Alemanha.

Outros países

Nos países em que o suicídio assistido é legal, existe a preocupação com os abusos. Na Suíça, a organização Dignitas está sendo investigada cada vez mais, informava a BBC dia 2 de julho passado.

O governo está examinando projetos de lei que endurecerão a legislação tornando mais difícil que quem não seja cidadão suíço possa colocar fim na própria vida indo à Suíça.

Dignitas, fundada por Ludwig Minelli, já ajudou a mais de mil pessoas a morrer nos últimos 12 anos, de acordo com a BBC. Os membros pagam polpudos honorários para pertencer à organização, junto a fortes somas para o suicídio assistido.

Sob as leis atuais isso é legal, desde que nem Minelli nem Dignitas obtenham benefício algum. Mas a BBC afirmava na Suíça que se apresentaram acusações de que Minelli tornou-se milionário desde que fundou Dignitas

A investigação atual a qual está submetida a organização também é resultado da descoberta, no começo de 2010, de um grande número de urnas de cremação no fundo do lago Zurich. Segundo a reportagem do London Times de 28 de abril, uma antiga funcionária da Dignitas, Soraya Wernli, afirmou que a clínica teria jogado 300 urnas no lago.

A Holanda, onde o suicídio assistido é legal há vários anos, é outro país onde aparecem perguntas sobre o que está ocorrendo. Segundo uma reportagem do Telegraph de Londres de 2 de junho, os casos de eutanásia aumentaram em 13% em 2009 com relação às cifras do ano anterior.

Phyllis Bowman, presidente da organização britânica Right to Life, declarou ao Telegraph que estava segura de que o aumento em número se deve a um tratamento inadequado da dor por parte dos médicos holandeses.

O número de casos de eutanásia poderia aumentar muito mais se o parlamento cedesse à pressão de permitir aos mais velhos o direito ao suicídio assistido. Diz-se que uma campanha para permitir isso reuniu mais de 100.000 assinaturas de petição, informava Associated Press no dia 8 de março.

Marie-Jose Grotenhuis, porta-voz da campanha "Of Free Will" explicava que o grupo quer formar pessoas sem preparação médica a administrar uma poção letal a pessoas com mais de 70 anos que “considerem suas vidas completas” e queiram morrer.

A lei atual sobre suicídio assistido requer que dois médicos estejam de acordo em que o paciente está sofrendo de maneira insuportável uma doença sem esperança de recuperação, e que queira morrer antes de proceder.

A Bélgica também suscitou interesse quanto à prática da eutanásia. Uma pesquisa recente, “O Papel das Enfermeiras nas Mulheres Assistidas por Médico na Bélgica”, revelava que cinco das enfermeiras entrevistadas estiveram envolvidas na eutanásia de um paciente. Cerca da metade delas – 120 de 248 – admitiram que os pacientes não tinham nem requerido nem consentido com a eutanásia, informava o Catholic Herald, de 18 de junho.

A eutanásia involuntária é ilegal na Bélgica, onde se legalizou a eutanásia voluntária em 2002. A eutanásia soma agora 2% de todas as mortes mencionadas no artigo.

O estudo, publicado no Canadian Medical Association Journal, concluía que as ressalvas aprovadas na legislação de 2002 são ignoradas de forma rotineira. Os investigadores acreditam também que o número de enfermeiras envolvidas na eutanásia involuntária é maior que o das cifras de estudo, dado que era provável que nem todas as enfermeiras admitissem estar envolvidas em práticas ilegais.

"Uma vez que se legaliza qualquer forma de eutanásia, inevitavelmente a gente empurra os limites para mais longe,”, dizia ao Catholic Herald, o doutor Peter Saunders, diretor da aliança Care Not Killing, uma coalizão de mais de 50 organizações médicas, de deficientes e religiosas britânicas que se opõem à eutanásia.

Um ponto digno de reflexão para os que debatem atualmente uma proposta ante o parlamento escocês para permitir o suicídio assistido é a Lei de Assistência ao Final da Vida, apresentada por um membro independente do parlamento, que está sendo examinada por um comitê explicava num informe, em 29 de junho passado o Christian Institute do Reino Unido. Em notas recebidas do público pelo comitê, 86%, ou seja, 60 pessoas ou organizações, expressavam sua oposição à lei.

Um atentado à santidade da vida humana

A Igreja Católica também se mostrou crítica ante a proposta. “Será um atentado contra a santidade fundamental da vida humana e permitirá que muitas vidas sejam colocadas em risco por meio de diversos graus de coação psicológica, social ou cultural”, informava o jornal Scotsman dia 5 de julho.

A Igreja da Escócia, a Igreja Metodista e o Exército da Salvação tornaram público um comunicado conjunto dizendo que a lei abriria uma brecha na proibição de tirar a vida humana, acrescentava o artigo.

Num artigo de opinião publicado no dia seguinte no Scotsman, a doutora Rosemary Barrett, uma das diretoras do Conselho sobre Bioética Humana escocês, afirmava que a utilização do tratamento contra a dor ou a não utilização de máquinas que prolonguem a vida é muito diferente da eutanásia, na qual se tem a intenção direta de pôr fim à vida.

Enquanto seguia nos últimos meses o debate sobre a eutanásia na Grã-Bretanha, fica cada vez mais manifesto que a oposição a que se debilitem as leis procede de muitos lados. Brendan O'Neill, editor da página de comentários Spiked, dirigiu-se a um encontrou em Londres e no dia 17 de maio publicava os comentários em sua página.

Falando como ateu e como "humanista radical", afirmava que é um mistério como o “direito de morrer” tenha começado a ser visto como uma causa progressiva.

De uma perspectiva humanista, declarava que a eutanásia é contrária ao que deveríamos fazer por um doente terminal, porque poderia fazer que suas decisões finais fossem mais agônicas. E para o resto de nós: “Parece-me pouco irrefutável que a campanha pela legalização do suicídio assistido esteja unida com uma maior incapacidade da sociedade de hoje para valorizar e celebrar a vida humana”, indicava.

Numa recente conferência, David Jones, diretor do centro de bioética no St. Mary's University College, sustentava que a legalização do suicídio assistido conduzirá logicamente à tolerância com a eutanásia não-voluntária, informava o jornal Telegraph, dia 1º de julho. Uma advertência para não deixar-se levar a este precipício que conduz a uma perigosa indiferença pela vida humana.

Autor: Padre John Flynn, L. C.
Fonte: http://www.zenit.org/article-25611?l=portuguese

Ave Maria, concebida sem pecado - Fundamentação Bíblica

Romanos 3,23 diz “com efeito, todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus”. 1 João 1,8 acrescenta “se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós”. Estes textos não poderiam ser mais claros para milhões de protestantes: “Como poderia alguém acreditar que Maria estava livre de todo pecado à luz dessas passagens da Escritura?”. Além do mais, Maria mesma disse 'Meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador' em Lucas 1,47. Ela claramente se viu como uma pecadora se admite precisar de um salvador.”


A Resposta Católica

Não poucos protestantes estão surpresos por descobrir que a Igreja Católica na verdade concorda que Maria foi “salva”. De fato, Maria precisou de um salvador! No entanto, Maria foi salva do pecado de uma maneira muito sublime. Foi-lhe dada a graça de ser “salva” completamente do pecado de tal modo que nunca cometeu nem mesmo uma leve transgressão. Os protestantes tendem a enfatizar a “salvação” de Deus quase exclusivamente com o perdão dos pecados realmente cometidos. Porém a Sagrada Escritura indica que a salvação também possa se referir ao homem sendo protegido do pecado antes do fato:

Àquele, que é poderoso para nos preservar de toda queda e nos apresentar diante de sua glória, imaculados e cheios de alegria, ao Deus único, Salvador nosso, por Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam dadas glória, magnificência, império e poder desde antes de todos os tempos, agora e para sempre. Amém. (Judas 1,24-25)

Seiscentos anos atrás, o grande teólogo franciscano Duns Scotus explicou que a queda no pecado poderia ser comparada ao homem se aproximando despercebidamente de um buraco profundo. Se ele cai no buraco, precisa de alguém para baixar uma corda e salvá-lo. Mas se alguém o avisasse do perigo à frente, prevenindo-o de cair no buraco, ele seria salvo de cair no lugar. Da mesma forma, Maria foi salva do pecado por receber a graça de ser preservada dele. Mas ela ainda foi salva.


Todos Pecaram Exceto...

Mas e quanto ao “todos pecaram” (Rm 3,23) e “se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1 Jo 1,8)? “Todos” e “qualquer homem” não incluiriam Maria? Superficialmente, soa razoável. Mas esta maneira de pensar levaria à conclusão lógica de listar Jesus Cristo em companhia dos pecadores. Nenhum cristão de fé concordaria em dizer isso. Entretanto nenhum cristão pode negar os textos claros da Escritura declarando Cristo cheio de humanidade também. Desta maneira, tomar 1 João 1,8 em um sentido estrito, literal seria aplicar “qualquer homem” a Jesus também.

A verdade é que Jesus Cristo foi uma exceção a Romanos 3,23 e 1 João 1,8. E a Bíblia nos conta que ele estava em Hebreus 4,15: “Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado.” A questão agora é: há outras exceções a esta regra? Sim – milhões delas.

Tanto Romanos 3,23 quanto 1 João 1,9 tratam mais de pecados pessoais do que original (Romanos 5 trata de pecado original). E há também duas exceções àquela norma bíblica geral. Mas por ora simplesmente trataremos de Romanos 3,23 e 1 João 1,8. Primeiro, João 1,8 obviamente se refere a pecado pessoal porque no próximo verso, João nos diz “se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade.” Nós não confessamos o pecado original, mas sim pecados pessoais.

O contexto de Romanos 3,23 esclarece que também se refere a pecado pessoal:

“Não há nenhum justo, não há sequer um. Não há um só que tenha inteligência, um só que busque a Deus. Extraviaram-se todos e todos se perverteram. Não há quem faça o bem, não há sequer um (Sl 13,lss). A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas enganam; veneno de áspide está debaixo dos seus lábios (Sl 5,10; 139,4). A sua boca está cheia de maldição e amargar (Sl 9,28).” (Rm 3,10-14)
O pecado original não é algo que façamos; é algo que herdamos. O terceiro capítulo de Romanos trata de pecados pessoais porque fala de pecados cometidos pelo pecador. Com isto em mente, considere: um bebê no útero ou uma criança de dois anos já cometeram um pecado pessoal? Não. Para pecar, uma pessoa precisa saber que o ato que está para realizar é pecaminoso enquanto livremente empenhando sua vontade para realizá-lo. Sem as devidas faculdades para possibilitá-las a pecar, as crianças antes da idade de responsabilidade e qualquer um que não tenha o uso de seu intelecto e vontade não podem pecar. Então, há e houve milhões de exceções a Romanos 3,23 e 1 João 1,8.

Ainda assim, como sabemos que Maria é uma exceção à norma do “todos pecaram”? E mais especificamente, há suporte bíblico para esta alegação? Sim, há muito suporte bíblico.


O Nome Diz Tudo

Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. (Lucas 1,28-30).

Muitos protestantes insistirão que este texto é pouco mais do que uma saudação comum do Arcanjo Gabriel a Maria. “O que isto tem a ver com Maria ser sem pecado?”. Entretanto, a verdade é que, de acordo com a própria Maria, esta não foi uma saudação comum. O texto revela Maria ter-se perturbado “com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação” (Lucas 1,29, ênfase atribuída). O que havia nesta saudação de tão incomum para Maria reagir desta maneira? Podemos considerar pelo menos dois aspectos importantes.

Primeiro, de acordo com os estudiosos bíblicos (bem como com o Papa João Paulo II), o anjo fez mais que uma simples saudação a Maria. O anjo na realidade comunicou um novo nome ou título a ela. (cf. Redemptoris Mater, 8, 9). Em grego, a saudação foi kaire, kekaritomene, ou “Ave, cheia de graça”. De modo geral, quando um saudava o outro com kaire, um nome ou título seria encontrado no contexto imediato. “Salve, rei dos judeus” em João 19,3 e “Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saúde!” (Atos 23,26) são dois exemplos bíblicos disto. O fato de que o anjo troca o nome de Maria na saudação por “cheia de graça” não era incomum. Isto me seria análogo falando com alguém dos colegas técnicos da Catholic Answers e dizer “Olá, ele que conserta computadores.” Na cultura hebraica, nomes e mudanças de nomes nos dizem algo permanente sobre o caráter e o chamamento do nomeado. Apenas retome as mudanças de nome de Abrão para Abraão (de “pai” para “pai das multidões”) em Gênesis 17,5, Sarai para Sara (“minha princesa” para “princesa”), em Gênesis 17,15 e Jacó para Israel (“suplantador” para “ele que prevalece com Deus”) em Gênesis 32,28.

Em cada caso, os nomes revelam algo permanente sobre o nomeado. A transição de Abraão e Sara de ser um “pai” e uma “princesa” de uma família para ser “pai” e “princesa” ou “mãe” de um povo inteiro de Deus (veja Rm 4,1-18; Is 51,1-2). Eles se tornam patriarca e matriarca do povo de Deus para sempre. Jacó/Israel se torna patriarca cujo nome, “ele que prevalece com Deus”, continua para sempre na Igreja, que se chama “Israel de Deus” (Gl 6,16). O Povo de Deus “prevalecerá com Deus” para sempre na imagem do patriarca Jacó.


O que está em um nome? Segundo a Escritura, muito.

São Lucas usa o particípio perfeito passivo, kekaritomene, como seu “nome” para Maria. Esta palavra literalmente significa “ela que foi agraciada” em um sentido completo. Este adjetivo verbal, “agraciada”, não está apenas descrevendo uma simples ação do passado. O grego tem um outro tempo para isso. O tempo perfeito é usado para indicar que uma ação se completou no passado resultando num estado de ser presente. “Cheia de graça” é o nome de Maria. Então o que isso nos diz sobre Maria? Bem, a média cristã não está completa em graça e em um sentido permanente (ver Fl 3,8-12). Mas de acordo com o anjo, Maria está. Você e eu pecamos, não por causa da graça, mas por causa de uma falta de graça, ou uma falta de nossa cooperação com a graça em nossas vidas. Esta saudação do anjo é uma dica para o caráter único e chamativo da Mãe de Deus. Somente a Maria é dado o nome “cheia de graça” e no tempo perfeito, indicando que este estado permanente de Maria foi completo.


Arca da (Nova) Aliança

A Arca da Aliança no Antigo Testamento foi um verdadeiro ícone do sagrado. Porque continha a presença de Deus simbolizada pelos três tipos de Messias vindouros – o maná, os Dez Mandamentos, a vara de Araão – devia ser pura e intocada por homem pecador (ver 2 Sm 6,1-9 e Ex 25,10; Nm 4,15).

No Novo Testamento, a nova Arca não é um objeto inanimado, mas uma pessoa: a Mãe Abençoada. Quanto mais pura seria a nova Arca quando consideramos a velha arca como uma mera “sombra” em relação a ela (ver Hb 10,1)? Esta imagem de Maria como a Arca da Aliança é um indicador de que Maria estaria convenientemente livre de todo contágio de pecado para ser um meio digno de levar Deus no ventre. E mais importante: assim como a Antiga Arca da Aliança era perfeitamente boa do momento que foi construída com instruções divinas explícitas em Êxodo 25, também Maria seria pura do momento de sua concepção.

1. A Arca da Aliança continha três tipos de Jesus dentro: maná, vara de Araão e os Dez Mandamentos. Em hebraico, mandamento (dabar) pode ser traduzido por “palavra”. Compare: Maria carregou a realização de todos esses tipos em seu corpo. Jesus é o “verdadeiro ‘maná’ do céu” (João 6,32), o verdadeiro “Sumo Sacerdote” (Hebreus 3,1) e “a palavra se fez homem” (João 1,14).

2. A nuvem de glória (hebraico, Anan) foi representativa do Espírito Santo e “ensombrou” a Arca quando Moisés a consagrou em Ex 40,32-33. A palavra grega para “ensombrar” encontrada na Septuaginta é uma forma de episkiasei. Compare: “O Espírito Santo virá sobre Ti e o poder do Altíssimo Te cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de Ti será chamado Filho de Deus” (Lucas 1,35). A palavra grega para “ensombrar” é episkiasei.

3. David “pulou e dançou” perante a Arca quando estava sendo carregada a Jerusalém em procissão em 2 Samuel 6,14-16. Compare: Assim que Isabel ouviu o som da saudação de Maria, João Batista “pulou de alegria” em seu ventre (cf. Lucas 1,41-44).

4. Depois de uma manifestação do poder de Deus trabalhando através da Arca, David exclama “Como pode a Arca do Senhor vir até mim?”. Compare: Depois da revelação a Isabel do verdadeiro chamado de Maria, que estava carregando Deus em seu ventre, Isabel exclama “Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lucas 1,43)

5. A Arca do Senhor “permaneceu na casa de Obed-Edom... três meses” em 2 Samuel 6,11. Compare: Maria permaneceu com “Isabel” por aproximadamente três meses”. (Lucas 1,56)


A Nova Eva

É-nos importante recordar que as realizações da Nova Aliança são sempre mais gloriosas e mais perfeitas do que seus tipos do Antigo Testamento, que são “apenas uma sombra dos bens futuros” na Nova Aliança (Hb 10,1). Com isso em mente, consideremos a revelação de Maria como a Nova Eva. Depois da queda de Adão e Eva em Gênesis 3, Deus prometeu o advento de uma outra “mulher” em Gênesis 3,15, ou uma “Nova Eva” que iria se opor a Lúcifer, e cuja “descendência” esmagaria sua cabeça. Esta “mulher” e “sua descendência” reverteriam o curso, por assim dizer, que o “homem” e a “mulher” originais trouxeram sobre a humanidade por sua desobediência.

É muito significante notar aqui que “Adão” e “Eva” são revelados simplesmente como “o homem” e “a mulher” antes de que o nome da mulher fosse mudado para “Eva” (hebraico, “mãe dos viventes”) depois da queda (ver Gn 2,21). Quando então olhamos para a Nova Aliança, Jesus é explicitamente referido como o “último Adão” ou o “Novo Adão” em 1 Cor 15,45. E Jesus mesmo indica que Maria é a “mulher” ou “Nova Eva” profética do Gênesis 3,15 quando ele se refere à sua mãe como “mulher” em João 2,4 e 19,26. Além do mais, São João se refere a Maria como “mulher” oito vezes no Apocalipse 12. Assim como a primeira Eva trouxe a morte a todos seus filhos pela desobediência e prestando atenção às palavras da antiga serpente, o diabo, a “Nova Eva” do Apocalipse 12 traz vida e salvação a todos seus filhos por sua obediência. A mesma “serpente” que enganou a mulher original do Gênesis é mostrada, no Apocalipse 12, falhando em sua tentativa de dominar esta nova mulher. A Nova Eva vence a serpente e como um resultado “cheio de raiva por causa da Mulher, o Dragão começou então a atacar o resto dos seus filhos, os que obedecem aos mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus”. (Ap 12,17)

Se Maria é a Nova Eva e as realizações do Novo Testamento são sempre mais gloriosas do que as antecedentes no Antigo Testamento, seria impensável Maria ser concebida em pecado. Se ela fosse, seria inferior a Eva, que foi criada em um perfeito estado, livre de todo pecado.

Autor: Tim Staples
Fonte: http://www.catholic.com/thisrock/2007/0709btb.asp
Fonte: http://www.veritatis.com.br/apologetica/maria-santissima/794-ave-maria-concebida-sem-pecado
Tradução: Marcos Zamith

Pedofilia e homossexualismo - Qual a ligação: Veja o que os médicos dizem

Esclarecimento preliminar

Para evitar eventuais mal-entendidos, esclareço explicitamente: pode haver numa pessoa uma tendência sexual viciosa – como a pedofilia ou o homossexualismo – sem culpa alguma da parte da pessoa, e por isso, sem que mereça sem castigada. Outra coisa, porém, é a prática dessa tendência. Esta pode ou deve ser castigada, como, no caso da pedofilia, prevê e prescreve o Código Penal. A existência de tal tendência, no entanto, pode exigir cuidados e providências especiais com relação a tal pessoa, para prevenir o perigo para outras pessoas ou para instituições.

Feito este esclarecimento, prossigamos.

Recentemente os meios de comunicação social têm concentrado seus holofotes sobre casos de abusos sexuais contra menores praticados por sacerdotes. Embora a maioria esmagadora de casos de pedofilia ocorra fora do ambiente clerical, os jornais têm apontado a Igreja Católica como a grande malfeitora da humanidade. Injustamente o Papa Bento XVI tem sido acusado de ter acobertado tais crimes. E uma das “causas” da pedofilia praticada por (uma minúscula parte dos) padres seria o celibato, que eles voluntariamente abraçaram “por causa do Reino dos Céus” (Mt 19,12)! Pasmem! O celibato, vivido e aconselhado por Nosso Senhor, por São João Batista, pelo discípulo amado São João Evangelista, por São Paulo (cf. 1Cor 7,1.7.25-26.32-34)! O celibato, “fonte peculiar da fecundidade espiritual no mundo” (Conc. Vat. II, Lumen Gentium, n. 42), praticado pelo clero durante dois mil anos, seria ele o culpado pelos escândalos de pedofilia das últimas décadas! O que motiva os ataques à Igreja não é o zelo dos jornais e TVs pela integridade moral das crianças – haja vista a pornografia que se exibe livremente a qualquer hora do dia para o público infantil – mas o ódio a uma instituição que incomoda ao pregar a castidade.

Conexão estreita entre dois vícios

Homossexualismo e pedofilia estão de tal modo entrelaçados que é difícil, até no plano dos conceitos, separar um do outro. A própria palavra pederastia (“prática sexual entre um homem e um rapaz mais jovem”), também passou a significar, por extensão de sentido, a “homossexualidade masculina”[1]. Uma associação de pedófilos chamada NAMBLA (“North American Man/Boy Love Association” – Associação norte-americana de amor homem/menino) afirma que “a pederastia é a principal forma que adquiriu a homossexualidade masculina por toda a civilização ocidental”[2]. Fundada em 1978, por muito tempo a NAMBLA pertenceu à ILGA – Associação Internacional de Gays e Lésbicas – também esta fundada no mesmo ano. Em 1993 a ILGA alcançou o “status” de membro consultivo da ONU. A presença de um grupo explicitamente pró-pedofilia dentro da ILGA suscitou críticas quanto à presença desta última nas Nações Unidas. Por esse motivo, em 1994, a ILGA resolveu expulsar a NAMBLA de seus quadros[3]. A expulsão foi meramente estratégica, pois a ILGA sempre se opôs às “restrições de idade” para crianças e adolescentes praticarem atos sexuais com adultos.

A psicóloga Rozangela Justino, que desde 1988/89 vem atendendo pessoas que desejam deixar a homossexualidade, afirma categoricamente: “Todas as pessoas que atendi no consultório e também ouvi nos ministérios de apoio aos que voluntariamente desejam deixar a homossexualidade sofreram abuso sexual na infância e/ou adolescência”[4].

Por sua vez, grande parte dos que sofrem abuso na infância, depois de adultos pratica abusos contra crianças. Segundo dados da ABRAPIA, “50% das vítimas se tornam abusadores”[5]. Dra. Rozangela observa, porém, que, segundo a mesma publicação, “somente 1 em 4 garotas e 1 em cada 100 garotos têm o abuso sexual sofrido denunciado”. Como a percentagem dos casos denunciados é muito pequena quanto ao sexo masculino, a psicóloga acredita que “muito mais de 50% das pessoas que sofreram abusos sexuais se tornam autoras de abusos se não tiverem tratamento adequado para trabalhar os efeitos dos abusos que sofreram”.

A relação homossexualismo-pedofilia é também confirmada pelo psiquiatra americano Richard Fitzgibbons, especialista no tratamento de sacerdotes que cometeram abusos contra menores. Diz ele: “todos os sacerdotes que tratei que estão envolvidos sexualmente com crianças estiveram envolvidos previamente em relações homossexuais adultas”[6]. Para o psicólogo José María Amenós Vidal da Universidade Central de Barcelona (Espanha), há evidência científica que corrobora o vínculo entre homossexualismo e pedofilia, a partir de pesquisas feitas com primatas em cativeiro[7].

Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, ativista homossexual, manifesta seu desejo de satisfazer sua lascívia com um “meninão”. Para se livrar da acusação de pedofilia, Mott afirma que “adoraria encontrar um moleque maior de idade mas aparentando 15-16 anos”. Com exceção da idade cronológica, o autor quereria que seu “moleque” fosse em tudo como um adolescente, inclusive quanto à imaturidade e à inocência: “Queria mesmo um moleque no frescor da juventude, malhadinho, com a voz esganiçada de adolescente em formação. De preferência inexperiente de sexo, melhor ainda se fosse completamente virgem e que descobrisse nos meus braços o gosto inebriante do erotismo. Sonho é sonho, e qual é o problema de querer demais?! Queria que esse meu principezinho encantado fosse apaixonado pela vida [...]. Que acordasse de manhã com um sorriso lindo, me chamando de painho”[8].

Em 2007, Luiz Mott foi condecorado pelo Ministério da Cultura com a Ordem do Mérito Cultural, “uma homenagem do Governo Federal a pessoas e instituições que contribuem para o engrandecimento da cultura nacional” [9].

Combatendo a pedofilia

A Igreja Católica vem usando de uma severidade particular na punição do crime de pedofilia. Em 30 de abril de 2001, o Papa João Paulo II, na carta apostólica Sacramentorum sanctitatis tutela, reservou tal delito à Congregação para a Doutrina da Fé, como tribunal eclesiástico. Além disso, aumentou a faixa de idade da vítima: de “abaixo de 16 anos” (cf. cânon 1395, §2º) para “abaixo de 18 anos”. Por fim, estabeleceu que esse crime prescreveria não 10 anos após o fato (como nos outros delitos reservados), mas 10 anos após a vítima completar 18 anos, ou seja, no 28º aniversário da vítima[10].

O maior mérito dos Papas, porém, não está no rigor em investigar e punir tais crimes, mas no cuidado de preveni-los combatendo o homossexualismo. Em 4 de novembro de 2005, a Congregação para a Educação Católica publicou, com a aprovação do Papa Bento XVI, uma instrução afirmando que a Igreja “não pode admitir ao Seminário e às Ordens sacras aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay”[11].

De fato, a explosão de escândalos de pedofilia nas últimas décadas coincide não com a adoção do celibato pelo clero (que já é bimilenar), mas com uma invasão de homossexuais aos seminários, nem sempre reprimida devidamente pelos reitores. Se o homossexualismo for erradicado dos seminários, os casos de pedofilia sofrerão uma enorme redução.

O combate ao homossexualismo e a pregação da cultura da castidade são dois motivos pelos quais a Igreja, e em particular o atual Papa, deveria ser condecorada como benfeitora da humanidade e protetora dos pequeninos.

Ao contrário, o combate à castidade e a promoção do homossexualismo – bandeiras defendidas pelo governo Lula mais do que qualquer outro – constituem um grande serviço à difusão da pedofilia.

Infelizmente, o Superior Tribunal de Justiça no dia 27 de abril de 2010 reconheceu a adoção de duas crianças por uma dupla de lésbicas[12]. A situação tende a piorar se – Deus não o permita! – o Brasil for submetido a um novo governo do Partido dos Trabalhadores.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

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[1] Dicionário Houaiss da lingual portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p. 1456.

[2] THORSTAD, David. Pederasty and Homosexuality, 26-06-1998, Cidade do México, in http://www.nambla.org/pederasty.htm

[3] Cf. ILGA’s Public Stance Against Paedophilia and Commitment to the Protection of Children. 13/07/2006, in http://ilga.org/ilga/en/article/861

[4] Mensagem eletrônica de 21/04/2010.

[5] ABRAPIA: Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência. Abuso sexual: mitos e realidade. 3. ed. 2002, p. 5. in http://www.observatoriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-116.pdf

[6] Cardeal Bertone tem razão ao vincular pedofilia com homossexualidade, afirma psiquiatra nos EUA. ACI Digital 20/04/2010, in http://www.acidigital.com/noticia.php?id=18752

[7] Cf. VIDAL, José María Amenos. El Card. Bertone y la evidencia científica que corrobora la relación entre homosexualidad y pedofilia. El Diario de Chile, 16/04/2010, cit. in http://www.acidigital.com/noticia.php?id=18768

[8] MOTT, Luiz. Meu moleque ideal. in http://br.oocities.com/luizmottbr/cronica6.html. Por questão de pudor, não foram transcritas as frases extremamente obscenas com que o autor descreve o que deseja praticar com seu “moleque”.

[9] ORDEM do Mérito Cultural 2007. Ministério da Cultura, 09/11/2007 in http://www.cultura.gov.br/site/sobre/ordem-do-merito-cultural/ordem-do-merito-cultural-2007

[10]Cf. http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/motu_proprio/documents/hf_jp-ii_motu-proprio_20020110_sacramentorum-sanctitatis-tutela_po.htm

[11] INSTRUÇÃO sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao seminário e às ordens sacras, n. 2 in http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_doc_20051104_istruzione_po.html

[12] STJ mantém adoção de crianças por casal homossexual. 27/04/2010 - 17h32, in http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=96931.

Autor: Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Fonte: http://www.veritatis.com.br/inicio/blog/599-pedofilia-e-homossexualismo-de-maos-dadas

Pedofilia e Sacerdotes - Nos últimos 60 anos nos EUA em dados

Por que se volta a falar de padres pedófilos, com acusações que se referem à Alemanha, a pessoas próximas ao Papa e agora até mesmo ao próprio Papa? Será que a sociologia tem algo a dizer a respeito ou deve deixar o caminho livre para os jornalistas? Creio que a sociologia tem muito a dizer, e que não deve ficar quieta por medo de desagradar este ou aquele. A discussão atual sobre padres pedófilos – considerada do ponto de vista sociológico – representa um exemplo típico de “pânico moral”. O conceito nasceu nos anos 1970 para explicar como alguns problemas são objeto de uma “hiperconstrução social”. Mais precisamente, os pânicos morais foram definidos como problemas socialmente construídos, caracterizados por uma amplificação sistemática dos dados reais, seja na exposição midiática, seja na discussão política. Duas outras características foram mencionadas como típicas dos pânicos morais. Em primeiro lugar, problemas sociais que existem há décadas são reconstruídos na narrativa midiática e política como “novos”, ou como objeto de um suposto e dramático crescimento recente. Em segundo lugar, a sua incidência é exagerada por estatísticas folclóricas que, mesmo não confirmadas por estudos acadêmicos, são repetidas pelos meios de comunicação e podem suscitar campanhas midiáticas persistentes. Philip Jenkins assinalou o papel dos “empreendedores morais” – cujas agendas nem sempre são declaradas – na criação e gestão dos pânicos. Os pânicos morais não fazem bem a ninguém. Eles distorcem a percepção dos problemas e comprometem a eficácia das medidas que deveriam resolvê-los. Uma análise errada não pode produzir senão uma intervenção errada.

Que fique claro: os pânicos morais têm na sua origem circunstâncias objetivas e perigos reais. Não inventam a existência de um problema, mas exageram suas dimensões estatísticas. Numa série de valiosos estudos, o mesmo Jenkinsmostrou como a questão dos padres pedófilos talvez seja o exemplo mais típico de um pânico moral. Estão presentes de fato os dois elementos característicos: um dado real na origem, e uma exageração desse dado por obra de ambíguos “empreendedores morais”.

Primeiro, o dado real na origem: existem padres pedófilos. Alguns casos são ao mesmo tempo desconcertantes e repugnantes, foram objeto de condenações definitivas e os próprios acusados nunca se disseram inocentes. Estes casos – nos EUA, na Irlanda, na Austrália – explicam as severas palavras do Papa e o seu pedido de perdão às vítimas. Mesmo se os casos fossem apenas dois – e, infelizmente, são muitos – isto já seria demais. Mas já que pedir perdão – apesar de nobre e oportuno – não basta, sendo necessário evitar que os casos se repitam, não é indiferente saber se os casos são dois, duzentos ou vinte mil. E tampouco é irrelevante saber se o número de casos entre sacerdotes e religiosos católicos é mais ou menos numeroso do que entre outras categorias de pessoas. Os sociólogos frequentemente são acusados de trabalhar sobre números frios, esquecendo que por trás de cada número há um caso humano. Mas os números, embora não sejam suficientes, são necessários. São o pressuposto de toda análise adequada.

Para entender como de um dado tragicamente real se passou a um pânico moral é necessário saber quantos são os padres pedófilos. Os dados mais amplos foram coletados nos EUA, onde, em 2004, a Conferência Episcopal encomendou um estudo independente ao John Jay College of Criminal Justice da City University of New York, que não é uma universidade católica e é unanimemente reconhecida como a mais autorizada instituição acadêmica dos EUA em matéria de criminologia.

Esse estudo nos diz que de 1950 a 2002, num universo de 109.000, 4.392 sacerdotes americanos foram acusados de ter relações sexuais com menores. Desses, pouco mais de uma centena foram condenados por tribunais civis. O baixo número de condenações por parte do Estado deriva de diversos fatores. Em alguns casos as verdadeiras ou supostas vítimas denunciaram sacerdotes já mortos, ou foram consumados os prazos de prescrição. Em outros, à acusação e à condenação canônicas não corresponde nenhuma violação a qualquer lei civil: é o caso, por exemplo, em diversos Estados americanos, do sacerdote que tinha uma relação consensual com uma – ou mesmo um – menor com mais de 16 anos. Mas também aconteceram muitos casos clamorosos de sacerdotes inocentes acusados. Esses casos foram multiplicados nos anos 1990, quando alguns escritórios de advocacia perceberam que poderiam obter transações milionárias com base em meras suspeitas. Os apelos à “tolerância zero” são justificados, mas também não deveria haver qualquer tolerância com quem calunia sacerdotes inocentes. Acrescento que em relação aos EUA as cifras não se alterariam de forma significativa se somássemos o período 2002-2010, pois o estudo feito pelo John Jay College já observava o “declínio claríssimo” dos casos no ano 2000. Os novos inquéritos são poucos, e as condenações pouquíssimas, graças a medidas rigorosas introduzidas seja pelos bispos americanos, seja pela Santa Sé.


O estudo do John Jay College nos diz que quatro por cento dos sacerdotes americanos são pedófilos? De modo algum. Segundo aquela pesquisa, 78,2% das acusações se referiam a menores que haviam superado a puberdade. Manter relação sexual com uma menina de 17 anos
não é certamente “una bella cosa”, muito menos para um padre: mas não se trata de pedofilia.

Portanto, ao longo de cinqüenta e dois anos, os sacerdotes acusados de pedofilia nos EUA são 958, dezoito por ano. As condenações foram 54, pouco mais de uma por ano. O número de condenações penais de sacerdotes e religiosos em outros países é parecido, embora em nenhum país se disponha de um estudo completo como aquele feito pelo John Jay College. Cita-se frequentemente uma série de relatórios governamentais na Irlanda que definem como “endêmica” a presença de abusos nas escolas e nos orfanatos (masculinos) administrados por algumas dioceses e ordens religiosas, e não há dúvida de que casos muito graves de abusos sexuais de menores nesse país realmente aconteceram. O exame sistemático desses relatórios mostra, ademais, como muitas acusações se referem ao uso de meios de correção excessivos ou violentos. O assim chamado Relatório Ryan de 2009 – que usa uma linguagem muito dura em relação à Igreja Católica – reporta, no período que investiga, a partir de um universo de 25.000 alunos de escolas, reformatórios e orfanatos, 253 acusações de abusos sexuais de meninos e 128 demeninas, nem todos atribuídos a sacerdotes, religiosos ou religiosas, de diversa natureza e gravidade, raramente referidos a menores impúberes e que, ainda mais raramente, levaram a condenações.

As polêmicas dessas últimas semanas sobre a Alemanha e a Áustria exibem uma característica típica dos pânicos morais: apresentam-se como “novos” fatos que aconteceram há muitos anos ou são – em alguns casos há mais de 30 anos – já conhecidos em parte. O fato de se noticiarem na primeira página dos jornais – com uma particular insistência no que toca à área geográfica da Bavária, de onde vem o Papa – ocorrências dos anos 1980, como se houvessem ocorrido ontem; e de se suscitarem polêmicas violentas, com um ataque concêntrico que anuncia todo dia, em estilo escandaloso, novas “descobertas”, mostra bem como o pânico moral é promovido por “empreendedores morais” de forma organizada e sistemática. O caso que – como alguns jornais publicaram – “envolve o Papa” é um exemplo de manual escolar: refere-se a um episódio de abusos na Arquidiocese de Munique, da qual era arcebispo o atual Pontífice, que remonta a 1980. O caso veio à tona em 1985 e foi julgado por um tribunal alemão em 1986; no julgamento ficou provado, entre outras coisas, que a decisão de acolher na arquidiocese o sacerdote em questão não foi tomada pelo cardeal Ratzinger e não era sequer do seu conhecimento, o que não admira numa grande diocese com uma burocracia complexa. Por que um jornal alemão decide exumar esse caso e publicá-lo na primeira página vinte e quatro anos depois da sentença, isto, sim, deveria ser a verdadeira questão.

Uma pergunta desagradável (...), mas importante, é se ser um padre católico é uma condição que comporta um risco de se tornar pedófilo ou de abusar sexualmente de menores (como se viu, as duas coisas não coincidem, pois quem abusa de uma menina de dezesseis anos não é um pedófilo) mais elevado em relação ao resto da população. Responder a essa pergunta é fundamental para descobrir as causas do fenômeno e assim preveni-lo. Segundo os estudos de Jenkins, se se compara a Igreja Católica dos EUA às principais denominações protestantes se descobre que a presença de pedófilos é – dependendo das denominações – de duas a dez vezes mais alta entre os pastores protestantes do que entre padres católicos. A questão é relevante porque mostra que o problema não é o celibato: a maior parte dos pastores protestantes é casada.

No mesmo período em que uma centena de sacerdotes americanos era condenada por abuso sexual de menores, o número de professores de educação física e técnicos de equipes esportivas juvenis – também esses em sua maioria casados – julgados culpados do mesmo delito pelos tribunais americanos atingia os seis mil. Os exemplos poderiam continuar, não só nos EUA. E, sobretudo, segundo os relatórios periódicos do governo americano, cerca de dois terços das doenças sexuais de menores não são transmitidas por estranhos ou professores – incluindo padres e pastores protestantes – mas por familiares: padrastos, tios, primos, irmãos e infelizmente também pais. Dados semelhantes existem em muitos outros países. Embora seja pouco politicamente correto dizer isto, há um dado que é muito significativo: mais de oitenta por cento dos pedófilos são homossexuais, machos que abusam de outros machos. E – para citar ainda uma vez Jenkins – mais de noventa por cento dos sacerdotes católicos condenados por abuso sexual de menores e pedofilia são homossexuais.

Se na Igreja Católica houve de fato um problema, este não foi o celibato, mas uma certa tolerância em relação ao homossexualismo nos seminários, particularmente nos anos 1970, quando foi ordenada a grande maioria de sacerdotes posteriormente condenados pelos abusos. É um problema que Bento XVI está corrigindo vigorosamente. O retorno à moral, à disciplina ascética, à meditação sobre a verdadeira, a grande natureza do sacerdócio são o antídoto definitivo contra as tragédias reais da pedofilia. Também para isso deve servir o Ano Sacerdotal.

Quanto a 2006 – quando a BBC colocou no ar o lixo-documentário do parlamentar irlandês e ativista homossexual Colm O’Gorman – e 2007 – quando [Michele] Santoro veiculou a versão italiana em Annozero [programa televisivo da RAI] – não há, na verdade, muito de novo, exceto a crescente severidade e vigilância da Igreja. Os casos dolorosos de que se fala nestas últimas semanas nem sempre são inventados, mas aconteceram há mais de vinte ou trinta anos.

Ou, talvez, exista algo de novo. Por que exumar em 2010 casos velhos ou muito frequentemente já conhecidos, ao ritmo de um por dia, atacando cada vez mais diretamente o Papa – um ataque, ademais, paradoxal, se se considera a grande severidade do cardeal Ratzinger, primeiro, e de Bento XVI, depois, em relação a esse tema? Os “empreendedores morais” que organizam o pânico têm uma agenda que se revela sempre mais claramente, e que nada tem a ver com a efetiva proteção das crianças. A leitura de certos artigos nos mostra como – às vésperas de decisões políticas, judiciais e também eleitorais, por toda Europa e no mundo, sobre temas como a utilização da pílula RU486, a eutanásia, o reconhecimento das uniões homossexuais, em que a voz da Igreja e do Papa se ergue, quase isolada, na defesa da vida e da família – lobbies muito poderosos tentam desqualificar preventivamente essa voz com a acusação mais infamante e, hoje, infelizmente, também mais fácil: a de favorecer ou tolerar a pedofilia. Estes lobbies mais ou menos maçônicos manifestam o poder sinistro da tecnocracia, evocado pelo próprio Bento XVI na encíclica Caritas in Veritate e a denúncia de João Paulo II, na mensagem da Jornada Mundial da Paz de 1985 (de 8.12.1984), a propósito das “intenções ocultas” – ao lado de outras “abertamente propagandeadas” – “voltadas a subjugar todos os povos a regimes nos quais Deus não importa”.

De fato, esta é uma hora de trevas, que traz à mente a profecia de um grande pensador católico do século XIX, Emiliano Avogadro della Motta (1798-1865), segundo o qual às ruínas deixadas pela ideologia laicista se seguiria uma autêntica “demonolatria” que se manifestaria particularmente no ataque à família e à verdadeira noção do matrimônio. Restabelecer a verdade sociológica sobre pânicos morais em tema de padres e pedofilia por si só não resolve os problemas e não paralisa o lobby, mas pode constituir ao menos uma pequena e devida homenagem à grandeza de um Pontífice e de uma Igreja feridos e caluniados por não se resignarem a calar sobre a vida e a família. 

Autor: Massimo Introvigne
Fonte: http://www.veritatis.com.br/inicio/blog/517-padres-pedofilos-um-panico-moral

O casamento homossexual e a Bíblia - Jônatas e Davi eram gays?

Estes extratos bíblicos foram retirados do site (digitusdei) do amigo apologista Nelson Monteiro. Seguem-se alguns versículos que condenam o homossexualismo. E como o próprio Senhor Jesus disse 'a escritura não pode ser desprezada' (conf. Jo 10,34).
"Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação." "Todos aqueles, com efeito, que cometerem qualquer dessas abominações, serão cortados do meio de seu povo." (Levítico 18,22; 29)

"Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa." (Levítico 20, 13)

"Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro" (Romanos 1,26-27).

"Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas . . . herdarão o reino de Deus" (1 Coríntios 6,9-10).

Como vemos acima a Bíblia reprova e impõe pena a tais atos. Que não venham com conversa de "defesa ao amor", pois, não é porque se ama um homem que deverá ter relações sexuais com o mesmo. Eu amo meu pai, meu avô, amigos etc. não será por isso que irei copular com eles. É um pensamento que poderia ser bem usado pelos pedófilos, "eu amo uma menina de 12 anos". Então se o amor que o pedófilo sente pela criança fosse recíproco seria admissível sua união?

A própria Bíblia apresenta amor de amigos o que não significa que eles teriam que acasalar:

"a alma de Jónatas se ligou com a alma de David; e Jónatas o amou, como à sua própria alma" (I Samuel 18,1)

"Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres." (II Samuel 1,26)

Sem falar que é o próprio mandamento de Jesus Cristo que nos diz para amarmos uns aos outros.

O homossexualismo não passa de desvio de caráter. É antinatural e assim sendo é pecado grave. O sexo não foi criado com a finalidade de dar prazer e sim de ter filhos. Sendo o sexo em sua natureza criada o prazer é abençoado. Podemos pegar o exemplo da gula, alimentar-se para viver não é um erro, mas fazer o mesmo já satisfeito só pelo gozo é pecado capital.

"Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela." (1 Coríntios 10, 13).

Autor: Nelson Monteiro
Fonte: http://apostoladosaoclementeromano.blogspot.com/

Igreja Católica distingue entre tendência e prática homossexual

A HAIA, 26 Jul. 10 / 03:27 pm (ACI).- O Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Jorge Medina Estévez, recordou que a Igreja distingue entre a tendência e a prática homossexual. Esta última não é aceitável por ir contra a natureza humana. Também explicou que em seu ministério ele ajudou muitas pessoas com inclinação para pessoas do mesmo sexo.

Em sua homilia da Missa dominical em uma paróquia de Viña del Mar, o Cardeal Medina indicou que "cientificamente não está esclarecido de onde provém este fato ingrato da homossexualidade. A Igreja distingue a tendência homossexual e a prática homossexualidade. Se uma pessoa tiver uma tendência homossexual é um defeito como se lhe faltasse um olho, uma mão, um pé ou o que for. Mas quando já estamos na prática na vida sexual entre pessoas do mesmo sexo, isso já não é aceitável".

O Cardeal disse também que como sacerdote "atendi muitas pessoas com este problema. E conheci alguns que se corrigiram, por exemplo pessoas que são alcoólicos por meio de uma disciplina, educação ou re-educação se corrigem. E conheci algum também que tendo esta tendência nunca em sua vida cedeu a este tendência, o que custou um esforço muito grande porque sua natureza o impulsionava a outra coisa".

Em relação ao mal chamado "matrimônio" homossexual aprovado dias atrás na Argentina com uma série de manobras e pressões do governo de Cristina Kirchner, o Cardeal explicou que a união de duas pessoas do mesmo sexo "é algo contrário à lei de Deus e nenhuma lei humana pode ir contra a lei de Deus".

"Se uma lei humana for contra a lei de Deus essa lei humana não existe, é um atropelo, uma coisa que não condiz tampouco com o bem da sociedade. Espero que aqui no Chile não passe uma coisa semelhante. Se aqui no Chile isto for proposto, os bispos vão levantar a voz duro e forte", concluiu.

Autor: Cardeal Jorge Medina
Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19612

"Matrimônio" homossexual atropela direito natural

Buenos Aires, 20/07/2010 (ACI).- O Arcebispo Emérito de Resistencia, na Argentina, Dom Carmelo Giaquinta, assinalou em sua reflexão do fim de semana que o governo da Argentina apesar de ter feito da "defesa de seus direitos humanos sua bandeira", não foi capaz de "perceber que a lei de matrimônio civil entre pessoas homossexuais atropela inutilmente" o direito natural.

Em sua reflexão o Prelado explicou que "o direito natural a unir-se em matrimônio entre homem e mulher é prévio a toda religião revelada e a toda jurisprudência. É um dos direitos humanos fundamentais, que não os outorga nenhuma autoridade, a não ser a mesma natureza humana. E a defesa destes é a finalidade da autoridade".

Infelizmente, prosseguiu, "este governo, que da defesa dos direitos humanos tem feito sua bandeira, foi incapaz de perceber que a lei de matrimônio civil entre pessoas homossexuais atropela inutilmente este direito fundamental. Ele o fez com o pretexto de defender o direito da minoria homossexual, de não discriminá-la, e de promover a igualdade ante a lei".

O Prelado também lamentou que "foi dito, torpemente, que a discussão no Senado era entre Néstor Kirchner e o Cardeal Bergoglio", porque "o que aconteceu é, em realidade, a derrota do sentido comum pela estupidez dos homens" e acrescentou que "já foi penoso que tivessem levado ao Senado um projeto de lei sobre o matrimônio entre homossexuais em vez de um projeto sobre a defesa dos direitos dos mesmos, sem ofender os direitos exclusivos do matrimônio que, por natureza, só existe entre o homem e a mulher. E isto, prévio a todo direito positivo e a todo dogma religioso".

"As coisas que são por natureza, são como são. Por isso as chamamos com uma determinada palavra para diferenciá-las de outras que têm outra natura específica. Aplicar uma palavra que é própria de um ser a outro que não lhe corresponde, e lhe reconhecer a este ser direitos que não lhe correspondem e que são próprios do primeiro, é um avassalamento aos direitos humanos deste. E, por concomitância, aos direitos humanos de todos, pois todos formamos uma só família humana. Desta maneira não se promove a concórdia social", advertiu.

Para finalizar, o prelado sustentou que "a Igreja, nesta hora, através de muitos sofrimentos, externos e internos, está chamada por Deus a um redescobrimento mais profundo do Evangelho de Jesus Cristo. E isso, tanto na vivência pessoal, quanto na vivência da comunidade eclesiástica. Só assim a Igreja pode empreender a Nova Evangelização".

Sublinhou que "ser discípulo de Cristo e missionário vão juntos" e que os católicos nos equivocaríamos "se pensássemos que já somos discípulos, e que só nos falta ser mais missionários".

Depois de afirmar que "desperdiçamos, em grande medida, a graça excepcional que foi o Concílio Vaticano II, como foi visto na grande crise sacerdotal e da vida religiosa que sucedeu imediatamente o mesmo", Dom Gianquinta advertiu que "seria penoso que esta hora da Igreja, no mundo e na Argentina, passasse sem que soubéssemos escutar a voz de Deus que chama a uma renovação profunda, pessoal e comunitária, conforme o Evangelho de Jesus".

Autor: ACI - Digital
Fonte: http://www.acidigital.com/archivo.php?fecha=2010-07-20

Funcionário argentino se nega a "casar" homossexuais

Buenos Aires, 21/07/2010 (ACI).- O chefe do Registro Civil de Concordia, na Argentina, Alberto Árias, afirmou que não casará casais homossexuais e exercerá a objeção de consciência, que embora não esteja contemplada na nova lei, trata-se de um direito existente na ordem jurídica.

"Assim como a Lei de Saúde Reprodutiva autoriza os médicos a não praticarem o aborto por objeção de consciência, eu imagino que ninguém vai se sentir ofendido se algum chefe de Registro Civil, como no meu caso, disser que não o fará", expressou o jurista a uma rádio local.

Árias é o advogado autorizado pela Igreja para ver os casos de nulidade matrimonial e tem vinte anos no Registro Civil local.

Indicou que se casais homossexuais o buscarem para casar-se, a cerimônia será feita por outro funcionário e ele será relevado como quando se encontra de licença ou doente.

Entretanto, esta manifestação já ocasionou a reação da administração local, cuja subsecretária de Justiça, Lucila Haidar disse que "os chefes do Registro Civil são funcionários públicos e não podem objetar a lei. Veremos qual é o argumento que cada um apresenta, teremos que analisá-lo e atuar em conseqüência".

Autor: ACI - Digital
Fonte: http://www.acidigital.com/archivo.php?fecha=2010-07-21

Que autoridade prevalece? A Bíblia ou a Igreja?

Muito se fala no meio protestante da autoridade suprema da Sagrada Escritura, que ela é norma de fé, Palavra de Deus inspirada, etc. e que, por isso mesmo, deve ser crida infalivelmente. Que ela é Palavra de Deus, não resta dúvidas, que é infalível – por provir do próprio Deus, também não.

Que lhe devemos todo o assentimento de fé, estamos de pleno acordo, da mesma forma que concordamos que a Escritura é normativa para o cristão. O grande problema não está aí, mas sim no fato de que os protestantes colocam a Escritura como única norma de fé e prática.


Nós católicos, temos como norma próxima de fé o Magistério, que se apóia nas Escrituras e na Tradição. Até porque é o próprio Magistério que nos diz o que é Escritura e o que é Tradição. Se não fosse o Magistério, não saberíamos diferenciar o que é realmente Tradição daquilo que seriam somente contos, que livros são Escritura inspirada por Deus ou não. Foi o Magistério, inspirado por Deus, que pôde distinguir quais livros deveriam fazer parte do cânon bíblico e quais deviam ser rejeitados.

Calvino escreve a respeito da autoridade da Escritura nesses termos:

“Antes, porém, que se avance mais, é conveniente inserir certas considerações quanto à autoridade da Escritura, considerações que não só preparem os espíritos à sua reverência, mas também que dissipem toda a dúvida.” (CALVINO, João. As Institutas da Religião Cristã – Edição Clássica, p. 75, Editora Cultura Cristã, São Paulo, 2006).

Ele fala de fazer algumas considerações sobre a Escritura que dissipem toda a dúvida sobre essa questão. Mas ao contrário de desfazer as interrogações a respeito do tema, ele só as aprofunda e agrava, já que não as responde conforme veremos adiante.

A Escritura, é bom que tenhamos isso em mente, não apareceu por um toque de mágica, pronta, impressa, encadernada e acabada em nossas mãos. Para isso, na verdade, se percorreu um longo caminho. E esse caminho, passa inexoravelmente – goste Calvino [e os protestantes] ou não desse fato – pela autoridade da Igreja. Ele se refere a isso (a autoridade da Igreja de determinar o que é Escritura) dessa maneira:

“Tem prevalecido o erro, perniciosíssimo, de que o valor que assiste à Escritura é apenas até onde a opinião da Igreja concede... Depende, portanto, da determinação da Igreja, dizem, não só que se deve reverência à Escritura, como também quais livros devem ser arrolados em seu cânon. E, assim, homens sacrílegos, enquanto, sob o pretexto da Igreja, visam a implantar desenfreada tirania, não fazem caso dos abusos em que se enredam a si próprios e aos demais com tal poder de fazer crer às pessoas simples que a Igreja tudo pode” (Idem, p. 76)

Ele afirma que é errado sustentar a tese de que o valor da Escritura foi dado pela Igreja, de que foi a Igreja que determinou quais livros devem ser arrolados, que devemos veneração às Escrituras. Mas é muito mais fácil para ele falar tudo isso, do que responder de fato e de verdade às próprias alegações daqueles que ele diz defender absurdos. Ele falou que eles estão em tal erro, mas não o refuta. Antes prefere qualificar pejorativamente tais pessoas, como se elas estivessem ali somente para abusar da fé do povo, etc.

Então, ele diz:

“Mas, palradores desse gênero se refutam sobejamente com apenas uma palavra do Apóstolo. Categoriza ele [Ef 2,20] que a Igreja se sustém no fundamento dos profetas e dos apóstolos. Se o fundamento da Igreja é a doutrina profética e apostólica, é necessário que esta doutrina tenha a sua inteira infalibilidade antes que a Igreja começasse a existir.” (Ibidem)

Repare que, em duas frases, Calvino cria mais problemas que soluções. Vamos a eles. Primeiro ele assegura refutar somente com uma passagem o argumento das pessoas que advogam que a Escritura é decorrente da autoridade da Igreja, se referindo a Efésios 2,20. Vamos lê-lo:

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus.”

Convém recordar aqui, que o contexto dessa passagem fala da plena cidadania na fé dos gentios (v. 12), que não são mais peregrinos, mas, antes, são membros da família de Deus (v. 19). Bom é lembrar ainda de mais passagens onde o grande São Paulo fala sobre a Igreja e seu fundamento. Ele assevera que a Igreja é “coluna e sustentáculo da verdade” (1 Tm 3,15). Ele não diz que a Escritura é a coluna e sustentáculo da Verdade, mas a Igreja. E por quê? Pelo simples motivo de que Nosso Senhor não fundou um museu literário, mas uma Igreja. E à Igreja deu a autoridade de zelar pela verdade, pelo ensino. S. Paulo mesmo escreveu a respeito disso em outro texto:

“Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa.” (2 Ts 2,15)

Repare que aqui o apóstolo não fala de conservar somente os ensinos dados de forma escrita (a Escritura), mas também de guardarem o que ouviram por palavras. Isso é a Tradição oral da Igreja.

Mas voltando ao comentário de Calvino, ele cria outro problema além desse. Ele afirma que é necessário que a doutrina dos apóstolos tenha sua inteira infalibilidade antes que a Igreja começasse a existir. Oras, isso é um contrassenso, absurdo. Quer dizer que os apóstolos não fizeram parte da Igreja, então. Afinal ainda estavam ensinando, não havia como ter a inteira infalibilidade dessa doutrina segundo Calvino. Claro, pois eles ainda não tinham tido seus ensinos “testados” para ver se eram infalíveis. Mas, que ironia. Testados por quem? Não seria pela Igreja? Veja como ele cai em contradição no seu próprio argumento. A Igreja existiu e existia sim, antes do cânon estar fechado e acabado. Senão, haveria aí um vácuo de uns 200 a 300 anos pelo menos. É inconcebível pensar que até o ano 393 (quando se definiu o cânon do Novo Testamento) não tivesse existido a Igreja, segundo a tese de Calvino.

Ademais, ele não responde o óbvio: quem disse que os livros do Novo Testamento foram inspirados? Apareceu um anjo para ele, é? Negativo. A História mostra que o cânon do Novo Testamento, assim como do Antigo, foi definido no Concílio Regional de Hipona, em 393. Aliás, este concílio reafirmou a versão da Septuaginta, em resposta ao cânon do AT que alguns fariseus impuseram no sínodo de Jâmnia (100 d.C.) e que, por sinal, é o usado pelos protestantes. E foi um concílio feito por quem? Pela Igreja, oras. E mais tarde isso foi confirmado por toda a Igreja universal em outros Concílios regionais, como no Concílio Geral de Cartago (397) e vários outros Concílios posteriores, como o Ecumênico de Florença (1439-1445) e Trento (1545-1563). Interessante é que antes de todos esses concílios, já por volta do ano 200, a Carta Pascal de Santo Atanásio já trazia um Cânon do Novo Testamento quase idêntico ao cânon atual.

Antes de encerrar, queria ver uma última declaração de Calvino, para que se veja como ele evita ir ao ponto central da questão.

“Quanto, porém, ao que perguntam: como seremos persuadidos de que as Escrituras provieram de Deus, a não ser que nos refugiemos no decreto da Igreja? É exatamente como se alguém perguntasse: de onde aprendemos a distinguir a luz das trevas, o branco do preto, o doce do amargo? Pois a Escritura manifesta plenamente evidência não menos diáfana de sua veracidade, que de sua cor as coisas brancas e pretas, de seu sabor, as doces e amargas.” (As Institutas da Religião Cristã, p. 76)

Ele trata da questão como se não houvesse a menor necessidade de uma confirmação de que tais escritos são verdadeiramente Palavra de Deus. Antes, ele coloca de forma simplória que assim como vemos claramente a luz e as trevas, veríamos também que a Escritura é inspirada.

É tão meridiana e clara a questão, que entre os próprios reformadores houve divergência nesse ponto. Lutero tinha a epistola de S. Tiago como “epístola de palha”, não sendo digna, segundo ele, de figurar no cânon bíblico. Motivo? A epístola de Tiago não casa com a justificação somente pela fé tão pregada pelos reformadores. Simples. Ela foca as nossas obras (“a fé sem obras é morta” Tg 2,26) e importância delas na nossa justificação. O mais curioso aí, não é só o argumento – simplório e improcedente – de Calvino. Mas o mais revelador, é que nem nesse trecho e nem em outros ele responde essas questões.

O interessante é que, embora os protestantes critiquem a autoridade da Igreja, ao aceitar o cânon do Novo Testamento, eles implicitamente se sujeitam a essa mesma autoridade a que Calvino chamou de tirânica e sacrílega. Aí fica a pergunta que não quer calar: como eles sabem que o Evangelho de Tomé, de Maria Madalena, Felipe, Pedro, o Livro de Henoc não são inspirados? Um anjo lhes revelou isso? Ou eles se fiam no concílio de Hipona, onde foi definido o cânon do Novo Testamento? Se eles se fiam no concílio, pergunto: que autoridade, afinal, prevaleceu: a da Escritura por si mesma, ou a da Igreja que lhe confirma a inspiração e veracidade?

Autor: Juliana Fragetti Ribeiro Lima
Fonte: http://www.veritatis.com.br/apologetica/artigospapaprimado/797-que-autoridade-prevalece

São João 6 - A Eucaristia e os Protestantes

Todo protestante que se preze lê a Bíblia. Em particular, muitos gostam do Novo Testamento e em especial o Evangelho de São João é querido por inúmeras pessoas. Eu também amo a forma como São João expõe o Evangelho do Mestre.

Mas há alguns detalhes que as pessoas passam por alto. Um deles, senão o principal, está diante dos olhos de todos e muitos nem percebem. Falo do texto de João 6. Alguém mais desavisado dirá: “mas o que tem João 6 de especial?”. É aí que está. Estamos diante de um texto deveras especial. Vamos a ele.

“Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Do céu deu-lhes pão a comer. Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes Jesus: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede. Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes.” (João 6:31-36)

Aqui Jesus declara ser o pão da vida, o pão que desceu do Céu e que dá vida ao mundo. Ele falava literalmente e assim foi compreendido, como veremos depois. Tanto é verdade, que em seguida os judeus conjecturavam:

“Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu; e perguntavam: Não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz agora: Desci do céu?“ (João 6:41-42)

Fica claro aí, portanto, que os judeus estavam compreendendo Jesus tal como ele falava. Aí, Jesus chega então ao cerne do texto em questão, dizendo:

“Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a sua carne a comer? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é como o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.” (João 6:50-58)

Sei que muitos dirão que ali Jesus falava figuradamente e etc. Mas tudo isso poderia ser factível e até muito interessante, não fosse a reação dos discípulos:

“Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Mas, sabendo Jesus em si mesmo que murmuravam disto os seus discípulos, disse-lhes: Isto vos escandaliza?“ (João 6:60-61)

Realmente, eles tinham razão: era um discurso duro, forte demais até. Mas Jesus os interpela perguntando se isso (que Sua Carne é verdadeira comida e o Seu Sangue é verdadeira bebida) os escandalizava. E no versículo 64 Ele ainda fala que alguns ali (entre os discípulos) não criam. E aí acontece o inevitável diante dessa cena:

“Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com ele. Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” (João 6:66-68)

Aí é onde vemos os verdadeiros discípulos. Muitos, por terem entendido, sim, corretamente as palavras de Cristo, se retiraram, pois não podiam suportar tal coisa (v. 60). Eles não se retiraram por terem achado chato ou coisa parecida, não! Se retiraram por terem entendido, e não aceitado a palavra de Cristo, mostrando que devemos comer da Sua Carne e do Seu Sangue. Pois o verbo ali no texto original, não quer dizer somente comer, mas triturar. Devemos, sim, comer do Corpo e do Sangue de Cristo. E daí que muitos pensaram que Cristo falava de canibalismo. Não era canibalismo, mas também eles não haviam entendido errado ao pensar em comer de forma real Seu Corpo e Seu Sangue.

E aí, Ele se vira para os apóstolos e demais discípulos e questiona-os se eles também o deixarão. Veja, que se tivesse sido um mal-entendido, Jesus podia muito bem ter falado: “Olha pessoal, não é bem assim, eu queria dizer isso e isso, não tem nada a ver com o que vocês entenderam”. Mas não! Ele não fez isso! Ele deixou-os ir. Queria qualidade de discípulos, não número. E olha que não era tanta gente ainda, hein.

Lembre-se de que todas as vezes em que alguém entendia mal algo que Ele falava e aquilo tinha que ficar claro, Ele tornava a explicar. Caso de Nicodemus, que tomou a Jesus ao pé da letra (“nascer de novo” como sendo o nascimento natural) e foi corrigido, para que ficasse claro o que Jesus falava a ele; outra vez, quando Jesus falava do fermento dos fariseus (Mt 16.6-12) e os apóstolos entenderam que era do fermento natural, de pães que Ele falava, Ele corrigiu-os e mostrou que o “fermento” aí era a doutrina errada deles e não o fermento literal como todos conhecem. Teria mais situações nesse sentido nos Evangelhos para comprovar o que falo. Ele deixou-os ir sabendo o que eles tinham compreendido e que aquilo que eles entenderam (de tomar literalmente Sua Carne e Seu Sangue) não era uma distorção do ensino que Ele tinha dado a eles.

Ou seja, quando Cristo precisava esclarecer seus ensinos, Ele o fazia e jamais deixava Seus filhos no engano. Não seria em uma hora tão vital que Ele deixaria as pessoas crerem algo contrário do que Ele disse.

Sabemos ainda que esse texto que consideramos agora tem dois elos essenciais na Escritura: Lucas 22:19-20: “E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o MEU CORPO, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em MEU SANGUE, que é derramado por vós“ e 1 Coríntios 11: 23-25, onde São Paulo praticamente repete Nosso Senhor. Notem que em momento algum Cristo ou São Paulo fala que isso representa o corpo de Cristo, antes que isso É o corpo e sangue de Cristo.

Ou seja, ali Ele falava realmente de comermos Sua Carne e tomarmos o Seu Sangue. Mas e a questão é: onde e como se faz isso? Existem provas que Ele falava explicitamente da Eucaristia? Teria sido esse o entendimento dos apóstolos e dos cristãos dos primeiros séculos? E hoje, quem segue esse ensino? Vamos pensar um pouco.

Os Padres da Igreja e a Eucaristia

Sto. Inácio de Antioquia, do século II, dizia sobre a Eucaristia, que ela era "a Carne de nosso Salvador Jesus Cristo, a qual padeceu por nossos pecados e a qual o Pai ressuscitou por sua benignidade ".

São Cirilo de Jerusalém, ao comentar esses textos, especialmente o de Lucas, afirma: "Havendo Cristo declarado e dito, referindo-se ao pão: Isto é o meu corpo, quem ousará jamais duvidar? Havendo Cristo declarado e dito: Este é o meu sangue, quem ousará jamais dizer que não é esse seu sangue? " (Cirilo de Jerusalém, Catech. mystag., LXXXVI, 2401)

São Cirilo de Alexandria, comentando texto análogo ao de Lucas que está em Mateus, fala: "(...) Porque o Senhor disse mostrando os elementos: Isto é meu corpo, e Este é o meu sangue, para que não imagineis que o que ali aparece é uma figura, senão para que saibas com toda segurança que, pelo inefável poder de Deus onipotente, as oblações são transformadas real e verdadeiramente no corpo e sangue de Cristo ; e que ao comungar delas recebemos a virtude vivificante e santificadora de Cristo." (Cirilo de Alexandria, Comment. In Math. XXVI, 27)

Com isso ele desmonta toda e qualquer tese de ser uma simples demonstração do corpo de Cristo, antes, ele assevera que as oblações se tornam categoricamente e insofismavelmente no corpo e no sangue de nosso Senhor Jesus Cristo.

Veja o que um mártir, do primeiro século da Igreja, disse a respeito:

“Não me agradam comida passageira, nem prazeres desta vida. Quero pão de Deus que é a carne de Jesus Cristo” (Sto. Inácio Mártir, Bispo de Antioquia, escrevendo aos Romanos, parágrafo 7, cerca de 80-110 d.C.).

Não precisaríamos ir longe para comprovar que isso era o que criam os primeiros cristãos e toda a Igreja desde sempre, desde o seu início. A pergunta que não quer calar é: como os protestantes, que amam a Escritura, fazem dela seu único baluarte (embora a mesma Escritura assevere que o baluarte da Verdade é a Igreja e não a Escritura – cf. 1 Timóteo 3.15) não vêem isso? Por que motivo eles fariam vistas grossas ao que colocamos aqui, da crença dos primeiros cristãos?

Veja S. Justino falando sobre a Eucaristia:

“Está comida nós a chamamos Eucaristia... nós não recebemos essas espécies como pão comum ou como bebida comum; mas como Cristo Jesus nosso Salvador, assim também ensinamos que o alimento consagrado pela Palavra da oração que vem dele, de que a carne e o sangue são, transformação, Carne e Sangue daquele Jesus Encarnado” (São Justino Presbítero, I Apologia, cap. 66 cerca de 148-155 d.C.).

Aqui ele faz o elo claro, a transubstanciação. Ele também é por demais claro ao falar que o alimento consagrado É corpo e sangue de Cristo e não um pão qualquer.

Veja isso, datado do século II também:

“Assegurem, portanto, que se observe uma Eucaristia comum; pois há um Corpo de Nosso Senhor, e apenas um cálice de união com seu Sangue e apenas um altar de sacrifício”. (Stº Inácio de Antioquia – Carta aos Filadelfos – ano 110 d.C.)

Outro Pai da Igreja do século II, falando clara e inequivocamente da Eucaristia como sendo de fato, e não só simbolicamente, o Corpo e Sangue de Cristo. E ele adiciona outro elemento aí: sacrifício! Ele fala em um altar de sacrifício. Os primeiros cristãos tinham isso muito claro: só havia uma Eucaristia, ela se constituía do Corpo e do Sangue de Cristo, que eram pão e vinho consagrados e transformados no Corpo e Sangue de Cristo por meio de um sacrifício!

Não se pode falar então de Nosso Senhor e dos primeiros cristãos como hereges, idólatras ou qualquer coisa semelhante. Eles o faziam assim, e tinham plena consciência disso ser o ensino de Cristo.

Mas, se um protestante estiver lendo esse texto, sei que falará: “olhe, João 6 não dá base para falar de sacrifício e da missa como vocês católicos crêem, quero ver se você me prova sua tese na Escritura”. Ok... Vamos então a ela, a começar do AT.

O Antigo Testamento e a Eucaristia

Sempre chamamos a Cristo de o “Cordeiro de Deus", não? Como S. João Batista: “eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Bem, no AT, o cordeiro era muito comum, já que ele remetia ao sacrifício, que é a forma de adoração mais antiga que se conhece. Temos muitos exemplos de sacrifícios no AT: Abel (Gn 4.3-4), Abraão(Gn 15.8-10), Noé(Gn 8.20-21), Moisés, Josué, Jacó (Gn 46.1), Melquisedec (Gn 14.18-20), etc. Só para citar alguns.

Melquisedec, que é tido por muitos como tipo de Cristo, ofereceu um sacrifício incruento. Ele não abateu algum animal, antes ofereceu pão e vinho! Do mesmo modo que Cristo o fez na instituição da Eucaristia.

“Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo“ (Gen 14:18-20)

Os apóstolos e a Eucaristia

Os apóstolos foram mais claros ao falar da Eucaristia como corpo e sangue de Cristo. Alguns acontecimentos no NT reforçam isso. Logo depois da ressurreição, com os discípulos em Emaús, Cristo partiu o pão com eles e foi reconhecido justamente no partir o pão (Lc 24.30, 31, 35). Em Atos lemos que todos eram fiéis aos ensinos dos apóstolos, ao partir do pão e às orações (At 2.42). Em 1 Coríntios, S. Paulo ressalta a presença Real de Cristo nas espécies ao falar das conseqüências de se tomar sem o devido preparo o Corpo e o Sangue de Cristo, falando que quem o faz sem discernir, come e bebe a própria condenação (1 Co 11.29).

São Paulo fala do pão e do cálice como sendo Corpo e Sangue de Cristo: Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? (1Co 10:16) Daí que ele adverte os cristãos a não participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios, pois muitos comiam carnes sacrificadas a ídolos e ele com isso evidencia que a comunhão eucarística é de fato a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo e que não podemos profaná-la....

Os Protestantes e a Eucaristia

Entre os protestantes, já não há esse consenso. Uns vão defender a consubstanciação (luteranos), dizendo que a presença é só no momento da comunhão, não depois, daí que eles não conservam as espécies, crêem que depois não há mais presença de Cristo. Outros defenderão a presença espiritual (calvinistas), dizendo que há presença de Cristo na Eucaristia sim, mas não real e sim virtual. E outros ainda defenderão que a Eucaristia é só um memorial da paixão de Cristo e nada mais (batistas e a maioria dos protestantes). Ainda não é consenso entre eles a quem deve ser administrada a eucaristia: se somente a membros da própria igreja que o administra (conhecido entre eles “como comunhão fechada”) ou se admitem-se membros de quaisquer confissão protestante na administração da eucaristia (conhecida essa posição como “comunhão aberta”). Normalmente se vê batistas abraçando a primeira, enquanto presbiterianos e demais reformados abraçam a segunda. Pentecostais também se dividem. Entre eles, a Congregação Cristã defende a comunhão fechada e os assembleianos, entre outros, defendem e praticam a comunhão aberta.

Conclusão

Pudemos ver que o ensino perene de Nosso Senhor sobre Seu Corpo e Seu Sangue foi levado adiante pelos apóstolos e pelos Pais da Igreja, tendo uma prefiguração clara já no AT. Quando Ele falou de comer e beber da Sua Carne e do Seu Sangue, não falava de modo figurado, mas real.

Os protestantes, que tanto pregam o amor à Escritura, não crêem no ensino claro de Nosso Senhor sobre isso, pois isso significaria retornar a Roma. Antes, na sua busca de defender posições não ensinadas na Escritura, se dividem em mil e uma interpretações sobre qual a posição mais correta. E isso desde os primórdios da Reforma. Já que desde aquela época nunca houve consenso entre eles a esse respeito.

É dever da alma consciente decidir. A quem ouvir? À Igreja, que sempre ensinou o que Nosso Senhor e os apóstolos, os Pais da Igreja ensinaram por séculos? Ou a centenas de igrejas protestantes que não tem consenso entre si sobre um ponto fundamental da fé cristã?

"Jamais me pude persuadir de que Jesus, a Verdade e a Bondade mesmas, tenha permitido que por tantos séculos a sua Esposa, a Igreja, haja prestado adoração a um pedaço de pão em lugar de adorar a Jesus mesmo" (Erasmo de Roterdam).

Autor: Juliana Fragetti Ribeiro Lima
Fonte: http://www.veritatis.com.br/apologetica/protestantismo/796-joao-6-a-eucaristia-e-os-protestantes

Adequada formação intelectual e espiritual deve ter o fiel

VATICANO, 01 Ago. 10 / 02:16 pm (ACI).- Em sua recente mensagem aos participantes do 6º Encontro Continental Americano da Ação Católica realizado no México, o Papa Bento XVI recordou que para poder fazer frente aos desafios atuais da sociedade os cristãos precisam ter uma adequada formação intelectual e uma profunda vida espiritual.

Na mensagem assinada pelo Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, o Santo Padre animou aos participantes do evento a "aprofundar no papel fundamental dos leigos na construção de uma sociedade mais humana, que responda ao projeto original de Deus sobre a humanidade".

"Ao mesmo tempo, e sendo conscientes dos múltiplos desafios que os cristãos devem enfrentar no mundo atual", o Papa exortou a "prestar cada vez mais atenção à necessidade de uma adequada formação e de uma profunda vida espiritual nos fiéis, que tenha em conta seriamente a experiência de fé em Deus, já que o desenvolvimento necessita cristãos com os braços levantados para Deus em oração, cristãos conscientes de que o amor cheio de verdade, 'Caritas in veritate', do qual procede o autêntico desenvolvimento, não é o resultado de nosso esforço, mas sim um dom".

O encontro, que teve por lema "Vida, pão, paz e liberdade; leigos da Ação Católica na cidade para um mundo mais humano", congregou a 30 delegações do México, Argentina, Peru, Nicarágua, Estados Unidos, Guatemala, Colômbia e Equador.

Autor: Papa Bento XVI
Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19660

Fazer a vida depender de coisas passageiras é tolice

CASTEL GANDOLFO, 01 Ago. 10 / 02:25 pm (ACI).- Ao presidir este meio-dia (hora local) a oração do Ângelus dominical no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, o Papa Bento XVI explicou ao comentar o Evangelho de hoje que depender das realidades passageiras como o poder, o prazer e os bens materiais é uma tolice, e que necessitamos da aquisição de um "coração sábio" que olhe as realidades eternas a exemplo dos santos.

Depois de recordar alguns dos santos que a Igreja recorda nestes dias como São Ignácio de Loyola, São Alfonso Maria de Ligório, São João Maria Vianney e São Eusébio, o Papa explicou que estes santos tiveram em comum que sempre se esforçaram "por salvar as almas e servir à Igreja com os respectivos carismas, contribuindo a renová-la e enriquecê-la".

"Esses homens adquiriram um coração sábio, acumulando o que não se corrompe e descartando o que muda ao longo do tempo: o poder, a riqueza e os prazeres efêmeros. Escolhendo Deus possuíram tudo o que foi necessário, saboreando desde a vida terrena a eternidade", assinalou o Papa.

Referindo-se ao Evangelho de hoje o Santo Padre explicou que o rico que acumula bens e a quem Deus adverte que "esta noite lhe pedirá a vida", é aquele homem que "não quer perceber, a partir da experiência das coisas visíveis, que nada dura para sempre, mas que tudo passa: a juventude e a força física, a comodidade assim como as posições de poder".

"Fazer com que a própria vida dependa das realidades passageiras é tolice. O homem que confia no Senhor, não teme as adversidades da vida e nem a realidade inevitável da morte: é o homem que adquiriu um coração sábio, como os santos", enfatizou o Pontífice.

A seguir, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa com as seguintes palavras: "Queridos peregrinos de língua portuguesa: saúdo cordialmente a todos vós, de modo especial aos brasileiros de Piraquara. Que Deus manifeste sobre todos vós a Sua inesgotável bondade para que sejais renovados nos vossos bons propósitos de vida cristã. Que Deus vos abençoe!

Autor: Papa Bento XVI
Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19658