segunda-feira, 27 de junho de 2011

Santos e Intercessão - vários pontos respondidos

O QUE É SER SANTO?

“Chamem de Santo só ao Senhor dos exércitos.”, diz a Bíblia. Porém, Deus mesmo é Quem nos diz: “Sede santos porque Eu sou santo!” (Lv 19, 2; 20, 7; I Pd 1, 16) Ele mesmo pede para sermos santos Nele! Logo, Deus não é apenas santo, Ele é o Santo dos santos. Cristo é o Santo dos santos! (Dn 9, 24; Is 11, 1-5; Mt 3, 1-17) Fonte de toda a santidade.
Ser santo é ser “são”, íntegro, puro, perfeito. No entanto, não significa ser alguém sem pecados! O ser humano é santo e é pecador. Pecador porque todos têm pecados (1.ª João 1:8), e santo porque o Espírito Santo é Quem nos santifica, nos fortalece, e nos purifica. Ser perfeito para Deus, não é sermos isentos de pecado, pois, Ele não poderia pedir algo que não podemos ser ou fazer aqui na Terra, mesmo com Sua Graça. Ser perfeito para Deus, Que conhece nossos limites, é buscar evitar o pecado, e quando cair não se entregar, mas, recorrer ao Pai da Misericórdia. Nosso desafio é deixarmos a santidade do Espírito de Deus prevalecer em nossas vidas. Os santos, hoje canonizados, ou seja, reconhecidos oficialmente como santos intercessores no Céu, tinham pecados em vida, mesmo após suas conversões, mas, lutavam para deixar a santidade de Deus prevalecer. E isto só aconteceu de forma plena no Céu, onde estão, e onde o pecado não habita. Foram purificados plenamente pelo Sangue do Cordeiro, e hoje são unicamente santos, não mais santos e pecadores. Estão na Graça Plena!

DEVOÇÃO AOS ‘SANTOS’

Protestantes questionam que muitos católicos dizem: ‘Sou feliz por ser católico, sou devoto de Paulo, de Pedro e outros, sendo que a Bíblia diz em 1.ª Coríntios 1, 12-13: “… cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Pedro, e eu, de Cristo. Por acaso Cristo foi dividido em várias partes? Será que Paulo morreu crucificado em favor de vocês? Ou será que vocês foram batizados em nome de Paulo?”.
Estaria havendo aqui uma divisão refletida na devoção aos santos???

O que aconteceu em Corinto foi que as pessoas estavam brigando por terem sido evangelizadas por Paulo, Pedro, Apolo… Pois, tomavam, por iniciativa própria, tais pessoas como sendo cada qual a que evangelizou melhor! Como dizem alguns ainda hoje: Eu sou da Igreja Batista, Eu sou da Universal, Eu sou da Adventista do 7.º Dia… Não há erro em se dizer isso, desde que não se brigue e não se esqueça que todos somos de Deus acima de tudo!
Não se deve dizer ainda: “Sou da Renovação Carismática, Sou do Apostolado da Oração, Sou do ECC…”, com a intenção de mostrar que participa do melhor grupo. Todos somos dos grupos sim, mas somos da Igreja, e mais do que tudo, somos de Cristo Jesus. Paulo tinha discípulos, como Timóteo que conheceu na cadeia, e era feliz por isso, chamando-o até de filho na fé (I Tm 1, 1-2; 4:17; II Tm 1:2). João Batista tinha discípulos e por aí vai (Mt 9:14; 14:12; Mc 2:18; Lc 5:33; 7:18; Jo 3:25)… Todos com intuito de levar seus discípulos a Cristo Jesus, o Mestre dos mestres. Mas, alguns desses discípulos não entenderam isso e brigavam entre si. Vemos nos santos, exemplos de pessoas que nos levam a Deus. Não se deve achar que um santo é mais forte do que o outro. Forte só Deus. Eles pedem a Deus por nós! Deus é Quem decide se vai atender, como e quando. Assim em qualquer pedido de oração… Ser devoto de um santo ou santa, é ser admirador dele (a) e ser grato a ele(a) por ter intercedido a Deus. Nossa gratidão maior sempre será a Deus que ouviu as orações nossas e as celestes!!!

Paulo disse: “Sejam meus imitadores como eu sou de Cristo!” E a Bíblia recomenda que imitemos os exemplos do Antigo Testamento (I Cor 4:16; 11:1; Fl 3:17; Hb 6:12) Logo, não só podemos admirar o exemplo deles, como devemos seguir tal exemplo de fidelidade a Cristo, o Exemplo Maior! Em toda a história da Igreja Católica nenhum santo, nem mesmo Maria, foi chamado de deus (a). Que tipo de adoradores seríamos nós, segundo se pensa, se não declaramos santo algum como sendo nosso deus? Adoradores medrosos e vergonhosos, não?… Então, ser admirador do exemplo dos santos é bíblico como São Paulo incentiva. Ser devoto de Iemanjá, por exemplo, é que pode-se chamar de idolatria, por que ela é uma deusa (orixá) para as religiões afro!!!

INTERCESSÃO DOS SANTOS E SANTAS:

Interceder, no sentido religioso, é pedir a Deus algo em favor de outra pessoa. Além, claro, da Intercessão maior de Cristo Jesus, existe ainda a intercessão dos vivos sobre a Terra (Tg 5, 16). Mas e a intercessão dos Anjos? Existe? Sim (Zc 1, 12-13; Ap 8, 3-4)! E porque os protestantes não aceitam a intercessão nem de Maria nem de santo (a) algum (a)?… Há vários motivos, mas, o principal é que a Bíblia diz só haver um mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo. Mas, o restante desta mesma passagem diz que Ele é o único mediador no sentido de reconciliar Deus com a humanidade pecadora, pelo Sacrifício na Cruz. Não no sentido de interceder, pedir a Deus por alguém que precise de oração. Se fosse assim ninguém rezaria pelo outro, pois, já está sendo mediador. Aliás, no mesmo capítulo bíblico em que diz que só Jesus é o Mediador entre Deus e os Homens, ou seja, antes de falar da reconciliação única por Cristo, São Paulo nos recomenda a intercessão, uns pelos outros. Porque se ñ fosse a reconciliação na Cruz, pelo Homem-Deus Jesus, jamais teríamos acesso ao Pai como temos desde então (1.ª Tm 2, 1-6).

Quando Jesus diz que é O Caminho e que ninguém vai ao Pai se não for por Ele (João 14:6), está afirmando pela primeira vez, não que os santos não possam interceder, ou que nós não possamos rezar uns pelos outros a Deus, mas, que sem que a pessoa creia Nele como Aquele que reconciliou Deus com a Humanidade, não se pode chegar plenamente ao Pai. Cria-se uma barreira, um véu! Quando se crê em Jesus como Salvador, esta barreira cai, o véu se rasga (Mt 27, 50-51), e temos acesso ao Céu, ao Pai, podendo pedir a Ele em favor do irmão.

Mas, a questão é: Maria está no Céu?

Quando Jesus fala que só Ele subiu, usa a expressão “Céu” no singular, e não céus (João 3:13). Porque Ele foi o único a subir ao Céu dos céus (1.º Rs 8:27). O mais alto dos céus. Visto que há diferentes níveis de céu (2.ª Cor 12, 1-3).Elias e Enoc foram arrebatados para o alto, então Jesus não poderia afirmar que só Ele havia subido (Gn 5:24; 2.º Rs 2). O que Ele afirma é que foi o único a subir ao mais alto Céu, à Direita do Pai (Ap 12:5).

Mas, Maria e os santos estão “dormindo”, inconscientes, e/ou esperando ser ressuscitada? E se está no Céu, tem acesso ao Pai? Pede por nós? Ou unicamente adora a Deus? Bem, se um malfeitor que só na cruz reconheceu Jesus, e apenas como sendo um homem justo, já entrou no Paraíso naquela mesma Sexta-Feira Santa, imagine a mãe de Jesus! Na Transfiguração de Jesus Ele mostra ter acesso com os glorificados. E a Mãe do Salvador é vista glorificada em Apocalipse (vestida de sol) no Céu. Os que morreram pelo Evangelho também aparecem bem vivos, despertos e tendo acesso direto para clamar ao Pai. (Lc 9, 28-31; Lc 23, 39-43; Ap 6, 9-10; Ap 12, 1-3).
Mas, as provas mais claras de que a intercessão dos santos do céu existe, estão nos Santuários, onde as pessoas deixam fotos, fitas, objetos como sinais das Graças (ex-votos) conseguidas da parte de Deus pela intercessão do (a) santo (a)… Não se trata de querer afirmar que os santos seriam capazes de influenciar a Deus, senão, nem nós aqui poderíamos rezar uns pelos outros. Nem se trata de invocar santos no lugar de Deus, mas sim, de pedimos a intercessão deles a Deus, eles nada poderiam fazer por conta própria. Deus age por atenção a eles, assim como age por atenção amorosa a mim se eu rezar por você.

Ora, é muita contradição defender que os santos estão dormindo, mesmo porque, Deus, voltando-se ao bom ladrão, disse: “Em verdade, em verdade vos digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso”. Ora, ele não disse que após adormecer e após a ressurreição dos corpos S. Dimas estaria no paraíso. Ele estava ‘no tempo’, vivo, quando disse essas palavras, indicando a morte próxima de S. Dimas e a entrada deste primeiro santo canonizado da Igreja. Os espíritos estão esperando a ressurreição final sim (1.ª Cor 15, 22-23), mas, isto não significa que estão dormindo, perecidos… Eles intercedem, adoram, suplicam a Deus, e no final dos tempos vão voltar com Cristo, pois a Ele pertencem (Ap 6, 9; 1.ª Tess 3, 13), vão retornar aos seus corpos sepultados para a ressurreição (Jo 5:28), serão restaurados na carne e glorificados nela, e no Céu viveram eternamente na Glória. Tal como Jesus, que subiu em Carne e Sangue, para ser glorificado no Céu.
Em outro trecho, quando discutia com os saduceus: “Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus nos declarou? Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos” (Mateus 22, 31-33). Logo, Abraão, Isaac e Jacob estão vivos e não de “adormecidos” ou mortos.

No Apocalipse (6:9-10), os mártires, junto ao altar de Deus nos céus, clamam em alta voz: “Até quando, ó Senhor Santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando nosso sangue contra os habitantes da terra?” Mas, mesmo com essa passagem clara que os fiéis “mortos” por causa do Evangelho, estão vivos em espírito, e podem clamar a Deus sim, ainda é afirmado por protestantes, que tais mártires podem orar a Deus pela humanidade, mas, nós não podemos pedir a eles. Ou seja, segundo alguns protestantes que reconhecem a intercessão desses santos mártires, a intercessão só pode ser por iniciativa deles, nunca nossa, pedindo que intercedam. Ora, já que intercedem, quebrando assim a teoria de que no Céu unicamente Jesus é intercessor, pedir a intercessão deles não ocasiona pecado algum. O que a Bíblia diz é que não se adore a ninguém a não ser Deus. Na intercessão não estamos adorando, estamos pedindo orações, como pedimos a qualquer pessoa aqui, sendo que os santos estão mais puros, e mais próximos de Deus!

CONSULTAS

Catecismo da Igreja Católica: 1096; 1105; 1504; 2099; 2634; 2687; 2734; 739; 1341; 1361; 1368; 2606

336; 956; 9 58; 1434; 2156; 2683; 969; 2827; 210; 2574; 2577; 2578; 2584; 1349; 1354; 2770;

MEDIANEIRA DE TODAS AS GRAÇAS:

Maria é Medianeira da Graça porque serviu de canal intermediário para que a Graça de Cristo viesse à humanidade. Toda a Graça que chegou até nós por Cristo, passou por Maria, veio por ela, pois, ela carregou a plenitude da Graça em seu ventre… Ela foi o canal de toda a Graça que é Jesus Cristo. Em seu ventre nos trouxe o Salvador, Aquele que é a Fonte de todas as Graças!

Os mortos não sabem de nada?

De fato no AT todos os que morriam não tinham esperança alguma de Céu, e nada sabiam sobre o que acontecia aqui neste mundo, debaixo do sol: A Terra (Ecle 9:5) e sequer podiam rezar por alguém (Sl 115:17). E muito menos sabiam dos fatos do Céu. Mas, Jesus fez uma Obra de Redenção plena e mudou esta realidade. Foi pregar aos que estavam na Região dos Mortos desde a criação do mundo até Sua Crucificação (1.ª Pd 3, 18-20; 4, 5-6). Vencendo a morte levou muitos deles para o Céu (Sl 68, 19; Ef 4). Moisés foi agraciado antecipadamente, pois, morreu, mas, seu corpo foi levado para o Céu, e lá ele foi vivificado e glorificado na carne (Dt 34, 5-6; Judas 9). Quando apareceu junto a Elias, conversavam com Jesus sobre o Seu Sacrifício que ainda iria acontecer, provando assim, que Moisés sabia que Jesus não tinha sido crucificado ainda, logo, sabia o que acontecia e o que não acontecia aqui na Terra (Lc 9, 30-31). Deixando claro que a situação dos ‘mortos’ após o Resgate de Cristo é outra bem diferente do AT. Dai os fiéis de Deus aparecem em Ap 6 diante de Deus e tendo acesso para clamar a Ele! Deus é Deus de vivos, não de mortos. Então, não pedimos intercessão a quem está morto, mas a quem está vivo em espírito!

Espiritismo no Catolicismo?

Como já visto não pedimos intercessão de todo e qualquer pessoa que morre, mas, daqueles que a Bíblia mostra vivos diante de Deus. Os seus servos fiéis. Não pedimos que venham aqui nem que ‘baixem’ em ninguém. Portanto, nada a ver com Espiritismo ao contrário do que vem sendo afirmado por irmãos protestantes.

Intercessão: Onipotência, Onipresença e Onisciência

Há mais dois graves enganos cometidos por muitos cristãos não-católicos, quanto a intercessão dos santos.

1.º Julgam que interceder é o mesmo que salvar e citam Atos dos Apóstolos 4, 12:
“Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos.” contra a intercessão dos santos. Ora, interceder é orar a Deus por alguém. Salvar, no caso do Cristianismo, é livrar alguém da condenação do pecado: morte e inferno. Como mediador na Salvação temos unicamente Jesus Cristo, único que, sendo Deus e Homem, reconciliou o Pai com a humanidade, ao vencer o pecado e a morte (1.ª Tm 2, 5-6 : “Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos. Tal é o fato, atestado em seu tempo…”). Quanto a interceder, no sentido de orar pela Salvação de Cristo ou outra intenção ligada a ela, o próprio S. Paulo nos recomenda neste mesmo capítulo: “Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e honestidade. Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade…” (1.ª Tm 2, 1-4).

Quanto a Salvação a Igreja Católica é clara: “Nenhum homem, ainda que o mais santo, tinha condições de tomar sobre si os pecados de todos os homens, e de oferecer-se em sacrifício por todos.” (Cat. Igrej. Catol. 616)

Ou seja, não cremos que somos salvos por santo (a) algum(a), nem por Maria, e nem por Papa algum! Eles podem sim nos levar a Salvação em Jesus Cristo.

2.º Julgam que se os santos intercedessem por nós a Deus, ou seja, pudessem receber nossas orações e apresentar a Deus, seriam Onipotentes, Onipresentes, e Oniscientes. Mas, intercessão não é isso. Vamos pegar, entre outros, o exemplo dos Anjos. O Apocalipse mostra um anjo acolhendo as orações dos santos (Ap 8, 3-4). Ora, já que o Anjo está colhendo as orações não poderíamos supor, de acordo com o pensamento protestante, que ele estivesse em todos os lugares em que se fizeram orações (onipresente)? E que o Anjo é quem vai realizar tudo (onipotente)? E ainda que eles sabem de tudo (oniscientes)?

Claro que não! O Anjo não vai até às orações, elas é que vão a ele (anjo não é onipresente). O Anjo teve acesso e conhecimento das orações porque Deus permitiu (o anjo não é onisciente). Ele as repassa a Deus. Deus é Quem faz (o anjo não é onipotente)! Assim é com os santos…

Autor: Emerson
Fonte: http://sadoutrina.wordpress.com/2010/06/17/santos-e-intercessao/

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