Provavelmente todos já ouviram de um protestante a seguinte frase:
“Nós cremos somente na Bíblia, e a Bíblia inteira é a única regra de fé para o cristão”
Está
frase é como que um dogma para o protestantismo e reflete todo o
pensamento da fundamental doutrina deste ramo religioso a “Sola
Scriptura” ou somente as escrituras. Negam, portanto, os ensinamentos
transmitidos oralmente por Cristo e os apóstolos conhecidos como Sagrada
Tradição.
Baseados nisto vamos agora mostrar que há várias
inverdades no uso desta frase por parte de protestantes e mostrar que de
bíblicas suas principais doutrinas nada tem.
“A Tradição oral
remonta ao próprio Cristo e aos Apóstolos. Ela é anterior à Escritura e
se exprime nela. O ponto em que mais aparece a necessidade de algo
anterior à Escritura, é a que se refere ao Cânon Bíblico: Com saber se
um livro é ou não inspirado?
O próprio protestantismo, que afirma só reconhecer a Escritura, recorre necessariamente à Tradição Oral em 2 ocasiões:
1.
Sem a Tradição oral, não se pode definir o catálogo
sagrado, pois em nenhuma parte da Escritura está escrito quais os livros
que, inspirados por Deus, a devem integrar. É preciso procurar a
definição dos livros sagrados fora da Escritura: na Tradição. Ora Lutero
e o Protestantismo recorreram a tradição dos judeus da palestina,
enquanto a Igreja Católica, seguindo o uso dos Apóstolos, optara pela
tradição dos judeus de Alexandria.
2. Na sua
maneira de interpretar a Bíblia, os protestantes também recorrem a uma
tradição. Pois embora o texto bíblico seja o mesmo para todas as
denominações evangélicas, estas não concordam entre si, por exemplo, no
que toca ao Batismo de criança, à observância do sábado ou do domingo,
etc. As divergências não provêm do texto bíblico, mas da interpretação
dada a este texto por cada fundador. Ou seja, dependem da tradição oral
ou escrita que cada fundador quis iniciar na sua congregação. Assim,
embora queiram rejeitar a Tradição Oral, o cristão a professa sempre:
professa a Tradição oriunda de Cristo e dos Apóstolos, ou a tradição
oriunda de Lutero, Calvino… Cada “profeta” protestante faz o que Lutero
fez: rejeita a tradição protestante anterior e começa uma nova tradição:
sim, lê a Bíblia ao seu modo e dela deduz proposições de fé e de moral
que, segundo a sua intuição humana falível, lhe parecem mais acertada.
Assim,
a Escritura, só, não pode ser, nem é no protestantismo, a única fonte
de fé. Por outro lado, a Tradição Oral e o Magistério da Igreja só tem
sentido se fazem eco à Sagrada Escritura.” (Dom Estevão Bettencourt,
OSB; Apostila “Diálogo Ecumênico” , Escola Mater Ecclesiae)
Interessante cronologia:
1517:
Monge Martinho Lutero Fixa suas 95 teses na porta do castelo de
Wittenberg na Alemanha, defendendo as indulgencias, que é negada pela
maioria dos protestantes e contestando muitas doutrinas da Igreja. Nasce
então o protestantismo.
1521: Lutero começa a tradução da bíblia
para o alemão, modificando algumas passagens e removendo livros da
bíblia, 7 do antigo testamento e alguns do novo testamento como Tiago,
Apocalipse e etc (Livros que não eram compatíveis com suas novas
doutrinas), como base em que ele fez isto?
1524: Nascem então os
anabatistas, (ou rebatizadores). Interpretavam as ousadamente as idéias
de Lutero, e negavam o batismo de crianças, o que não era condenado por
Lutero.
1525: Surgem várias revoltas de camponeses inspirados
nas idéias de Lutero e eram incitados pelo anabatista Thomas Münzer.
Lutero deixou o castelo onde estava e voltou a Wittenberg. Conseguiu
apoio do braço secular para restabelecer a ordem, e teve que enfrentar
os camponeses. Lutero optou pela sufocação violenta dos revoltosos, e
Thomas Münzer foi decapitado, o que fez com que Lutero perdesse
popularidade com o povo, pois o povo viu que sua nova “Igreja” era para
os ricos e não para os pobres.
1534: Terminou a tradução da
bíblia, no castelo onde permaneceu, durante este tempo sofreu crises
nervosas muito violentas, que ele considerava como assaltos diabólicos. ¹
1537:
Lutero devido a seus pensamentos de que não era digno de salvação e que
nada que fizesse poderia contribuir para sua salvação, formulou então a
doutrina da “Sola Fide” ou “somente a fé”, que diz que somente a fé
pode nos salvar, as obras de nada adiantam, o que foi um dos motivos que
o levou a arrancar da bíblia a epistola de Tiago, pois esta contradiz
sua doutrina Cf. Tiago 2, 14-26.
Daí então foi um passo para a proliferação das novas seitas iluminadas pelas idéias de Lutero:
1534: Surge o Anglicanismo na Inglaterra, com o Rei Henrique VIII, por que o Papa não queria dar o divórcio ao ele e sua mulher.
1541:
Calvino cria Calvinismo em Genebra na Suíça, como novas idéias além das
de Lutero. País, o qual é hoje um dos países como mais ateus no mundo.
Calvino embora partilhante das doutrinas de Lutero, teve seu ponto
característico no conceito de Deus. Colocou a ênfase sobre a majestade
divina a ponto de dizer que há duas predestinações: uma para a salvação e
outra explícita para a condenação eterna. Para Ele Deus proíbe o pecado
a todos, mas na verdade quer que alguns pequem, para que sejam
condenados. Em outras palavras, Deus criou alguns para irem para o céu e
outros para irem para o inferno, e as palavras de Jesus, “Ide e pregai o
evangelho a toda criatura” cf. Mc 16, 15, então de nada valem, pois
não adianta pregar para os que já irão para o inferno.
1567: John Knox na Escócia cria o presbiterianismo inspirado nas idéias de Calvino.
1604:
John Smith funda a Igreja Batista na Holanda, é também hoje é um dos
países mais ateus do mundo. (Tão inspirados foram, como não conseguiram
nem mesmo evangelizar o pais onde nasceram?)
1649: John Fox (nos
Eua) funda os Quarckers. Estes não valorizavam a bíblia ao invés disso
valorizavam mais a inspiração individual do crente. Por isso não tinham
dogmas, nem sacramentos, apenas uma corrente de regeneração moral
baseada muito na mão violenta. Não tinham igrejas nem pastores.
1739:
Surge o Metodismo fundado por John Wesley na Inglaterra. A Ruptura com o
anglicanismo deu origem a esta “Igreja”. Ordenou seus próprios bispos.
A única condição para que se torne metodista é que tenha o desejo de
escapar da ira vindoura e ser isento de pecado.
1830: Joseph
Smith (nos EUA) supostamente guiado por Deus descobriu alguns escritos
(inspirados?) perdidos, nasceu se então o mormonismo. Joseph Smith tem
uma visão de 2 anjos que lhe disseram que ele não deveria se filiar a
nenhuma denominação religiosa e restaurar o “cristianismo primitivo”. Em
1822 teve uma segunda visão onde foi visitado por um suposto anjo
Moroni, onde anunciou que Joseph deveria achar placas de ouro ocultas
onde se encontrava uma maravilhosa história do povo de Deus nos EUA. Em
1827 o anjo o levou a uma montanha ele cavou e encontrou as placas
nasceu se assim o mormonismo.
Algumas de suas doutrinas são:
Existe
um Deus que é “Pai, Filho e Espírito Santo”; O Pai porém, tem carne e
osso; quando ao filho e ao E.S são apenas emanações do pai.
O
homem é eterno e viveu no reino de Deus antes de vim a terra, neste
mundo os homens não têm lembranças da vida passada, para poderem aceitar
livremente ou rejeitar o evangelho. Caso não cheguem ao conhecimento de
Cristo nesta vida poderão chegar após a morte por um batismo póstumo
(ou pós morte).
Este Batismo é uma das mais estranhas doutrinas desta seita que é administrado por parentes do defunto.
Também
praticam o casamento pelos mortos, uma mulher que morra sem ter casado
nesta vida pode ser casada por seus parentes a um outro morto no além.
1831:
Willian Müller funda o Adventismo (nos EUA) 1831, veio da Igreja
batista com uma nova revelação de quando supostamente Cristo Iria
voltar, marcou a data e até hoje Cristo nunca voltou. Seus discípulos
tentaram recalcular as datas e previram para 1844 e novamente Cristo não
voltou. Em meio ao descontentamento das pessoas que os seguiam, surge
entoa uma Sra. Chamada Ellen Goud White, que veio com uma nova
interpretação, assim ela explicou que a data estava certa o que estava
errado era o acontecimento, segundo ela naquele ano cristo não iria
voltar e sim entrar nos “Santos dos Santos” do céu para terminar o
sacrifício que não terminou na cruz, que ela dizia ter visto com seus
próprios olhos. Surge então o Juizo investigativo que supõe que Jesus
não terminou seu sacrifício na cruz, mas sim em 1844.
Depois que
Müller morreu Elen White se tornou a grande mestra do Adventismo,
passaram então a observar o sábado, exigem não somente a fé nas
escrituras, mas também nos escritos desta cidadã.
Pregam uma
doutrina rígida em relação a alimentação o que nos leva a lembrar de uma
seita religiosa herética que surgiu nos primeiros séculos através de um
sacerdote o Montanismo.
Alguns escritos da sua grande
“profetiza” ensina que Jesus é semelhante a nós inclusive em pecado a
bíblia, porém diz que Jesus é “santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores e elevado além dos céus, que não tem necessidade, como os
outros sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro
pelos pecados próprios, depois pelos do povo; pois isto o fez de uma só
vez para sempre, oferecendo-se a si mesmo” (Cf. Hb 7,22-27)
1900:
Surge nos EUA o Pentecostalismo criado por Charles Parham. Este
movimento ensinava que o homem depois da conversão (necessária a
salvação), o cristão deve passa por uma “segunda bênção” ou uma nova e
mais profunda experiência religiosa que era chamada de “batismo no
Espírito Santo”. De início os precursores deste movimento não tinham a
intenção de criar uma nova denominação, mas como foram rejeitados por
suas denominações romperam com elas, o que deu início ao maior
denominacionalismo da história protestante. Nenhuma denominação
protestante está sujeita a dividir-se e subdividir-se tanto quando os
pentecostais. Isto ocorre por que as raízes e forças propulsoras são
muito subjetivas e emocionais. O crente pentecostal que julgue ter uma
visão ou uma “profecia”, facilmente se torna fundador de um ramo
independente.
A Emoção muitas vezes supera a razão.
Propensão forte a fenômenos tidos como extraordinários que fazem,
vibrar, aplaudir, gritar, dificultando o raciocínio e o senso crítico.
Neste ritmo os pentecostais se afastam cada vez mais do genuíno
cristianismo. Tendem a fazer da religião um serviço ao homem e não a
Deus; o antropocentrismo predomina, ainda que veladamente. Os seus
templos se transformam mais e mais em salões de proclamação da bíblia e
com pregação, com a realização de “milagres” correspondentes. (PR n.
282/1985, p. 373s )
1916: Charles Taze Russell nos EUA também
“inspirado” por “deus” funda os Testemunhas de Jeová. (Ramo que difere
um pouco do protestantismo normal) . Esta é uma seita de características
peculiares, mas que surgiram como todas as outras denominações
protestantes de supostas revelações de Deus. Russell era presbiteriano,
insatisfeito com sua denominação e com uma descoberta que fez de que
depois dos apóstolos ninguém havia compreendido o evangelho ficou se
entoa reservado a Russell a missão de proclamá-lo ao mundo.
Baseados
em Textos de Daniel e Ezequiel este cidadão tentou por várias vezes
adivinhar a data da vinda de Cristo para 1914, chegou a data nada
aconteceu, depois seus sucessores tentaram adivinhar para 1925, nada
aconteceu, de novo tentaram para 1968, nada aconteceu e novamente para
1975 e até hoje esperamos a vinda de Cristo.
O principal erro dos
testemunhas de Jeová é que negam a divindade de Cristo, dizem que
Cristo é como se fosse um semi –deus que apenas veio cumprir um papel
aqui.
Falam que apenas 144 mil irão para o céu ver a face de Deus os demais salvos ficaram aqui na terra.
As almas dos que não aceitarem Jeová serão aniquilados, ou seja, deixarão de existir.
1977:
No Brasil Edir Macedo funda a “Igreja Universal do Reino de Deus”. Edir
Macedo depois de passar por várias religiões entra na Igreja
Pentecostal Nova Vida depois de anos rompe com a mesma, funda a Igreja
Universal, auto sagrou-se bispo e conseqüentemente sagrou seus
companheiros. Feito se “bispo”, Edir criou para si um vasto império.
Como pregador do evangelho e arauto de curas, foi adquirindo vários
meios de comunicação e outros bens materiais no Brasil e no interior.
Diz ele : “O dinheiro é uma ferramenta sagrada que Deus usa na sua Obra” (Jornal da tarde, 06/04/ 1991, p. 14)
Esta
é mais uma denominação a serviço do homem e não de Deus. Se torna uma
pronto socorro religioso aonde as pessoas vão pra serem curadas e não
para adorarem a Deus.
A Religião antes de tudo é a ligação do
homem a Deus; tem como objetivo primeiro adorar e glorificar a Deus, por
que Ele é santo e infinitamente bom e sábio, independentemente, deste
ou daquele feito extraordinário que ele tenha feito.
Anos seguintes:
Surge o neopentecostalismo.
Entre
os neopentecostais surgem as vigílias do ré-té-té, reuniões feitas às
sextas feiras a partir da meia noite onde o culto ocorre em meio a
gritarias e rodopios que nos lembram mais centros de umbanda do que um
culto a Deus. Quem quiser saber mais sobre esta vigília é só ler uma
matéria já publicada no blog:
Surge
a teologia da prosperidade, uma das mais pérfidas doutrinas surgidas no
meio protestante. Segundo a Teologia da Prosperidade, Deus concede
riqueza e bens materiais a quem Lhe é fiel e paga o dizimo com
generosidade; mas esta concepção está mal fundamentada. No entanto o
adeptos dessa teologia, baseiam-se no Antigo Testamento para dizer que
os homens de Deus foram ricos como Salomão, e que Jesus prometeu que
veio para que tenhamos “vida em abundância”. (Jo 10,10)
Jesus
nunca ensinou que o Evangelho pudesse ser uma fonte de enriquecimento ou
um meio de se levar uma vida “regalada”, “em nome de Deus”; ao
contrário, o Senhor ofereceu a renúncia e a cruz àqueles que o seguirem:
“Se
alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz a cada
dia e me siga. Porque, quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, mas
quem sacrificar a sua vida por amor de mim salvá-la-á” (Lc 9,23-24).
Jesus
fala de sacrifico, renúncia, perder a própria vida; e diz que se o grão
de trigo não cair na terra e não morrer, não pode dar fruto (cf. Jo 12,
24). Isto está longe de ser um ensinamento de enriquecimento porque se
faz a vontade de Deus. Ele não é contra a riqueza justa, e sabiamente
usada para o bem de si mesmo e dos outros, mas isto está longe de
justificar a teologia da prosperidade.
A fraguimentação das
seitas se tornou tão grande que é impossível relatar todas aqui, foram
citadas aqui apenas as mais conhecidas.
Depois desta leitura podemos novamente nos perguntar: “É bíblico o protestantismo?”
“Caríssimos,
não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de
Deus, porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo. Nisto se
reconhece o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que Jesus
Cristo se encarnou é de Deus; todo espírito que não proclama Jesus esse
não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes
ouvido, e já está agora no mundo.” (1 Jo 4, 1-3)
“Porque virá
tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação.
Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades,
ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão
às fábulas.” (2 Tm 4, 3-4)
Referencias bibliográficas:
- Aquino, Felipe Rinaldo Queiroz de, Falsas doutrinas: Seitas e religiões 10ª Ed. – Lorena: Cléofas, 2009.
- Dom Estevão Bettencourt, OSB; Apostila “Diálogo Ecumênico” , Escola Mater Ecclesiae
- Revista Pergunte & Responderemos n. 282/1985, p. 373s
Autor: Rafael Rodrigues
Fonte: http://sadoutrina.wordpress.com/2011/04/19/e-biblico-o-protestantismo/
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